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Cidades

Confecções de Iporá pedem apoio ao comércio local após prefeitura gastar R$ 800 mil com uniformes escolares em Goiânia

Dois contratos com empresas de Goiânia, via adesão a uma licitação de Nazário, ultrapassam R$ 800 mil.

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Maysa Cunha prefeita de Iporá e Léo Contador durante evento na entrega dos uniformes. (Foto: Reprodução/Prefeitura de Iporá).

A recente decisão da Prefeitura de Iporá de contratar empresas externas para a compra de uniformes escolares tem gerado desconforto entre os donos de confecções locais. Conforme noticiado pelo Diário do Interior, a prefeitura firmou contratos superiores a R$ 800 mil com dois fornecedores de Goiânia, levantando pedidos de valorização do comércio iporaense, especialmente diante da crise econômica enfrentada pelo setor na cidade.

Entenda:
Contratos que totalizam mais de R$ 800 mil para compra de uniformes são removidos do Portal da Transparência
Mesmo sob decreto de calamidade financeira, prefeitura promove evento para cerca de 3 mil pessoas

A aquisição dos uniformes ocorreu por meio de dois contratos, com adesão a uma licitação da Prefeitura de Nazário. Contudo, a escolha de empresas externas gerou desconforto, pois Iporá possui diversas confecções locais que poderiam atender à demanda, caso houvesse mais tempo e planejamento. Empresários locais afirmam que a Prefeitura perdeu uma oportunidade de fortalecer a economia da cidade ao não priorizar as empresas locais, que enfrentam uma redução significativa nos pedidos.

A decisão da prefeitura representa uma perda para o setor, que já enfrenta dificuldades devido à distribuição gratuita de uniformes para escolas estaduais pelo Governo de Goiás, que também são produzidos em Goiânia. Com a redução da demanda nas unidades educacionais municipais, o impacto direto no comércio local se tornará ainda maior. A aquisição de uniformes pelo município poderia ter sido uma oportunidade de fomentar o setor de confecções de Iporá, gerando mais empregos e movimentação econômica dentro da cidade nas primeiras semanas do ano.

A retirada dos contratos referentes à compra de uniformes do Portal da Transparência tem gerado questionamentos. O valor total ultrapassa R$ 800 mil, e a remoção dificultou o acesso aos detalhes da licitação e aos critérios de escolha dos fornecedores. A ação foi questionada pelo Diário do Interior, que solicitou explicações à prefeitura, mas até o momento, não obteve resposta. Até hoje, 17 de fevereiro, os documentos ainda permanecem fora do portal, sem uma justificativa oficial da administração municipal.

Contratos removidos do Portal da Transparência:

  • Contrato nº 25/2024: Firmado com a empresa Topvision Comércio e Serviços Ltda., CNPJ 17.099.595/0001-87. O contrato, no valor de quinhentos e quarenta e seis mil e quinhentos reais (R$ 546.500,00), prevê a confecção de uniformes para o Fundo Municipal de Educação de Iporá.
  • Contrato para fornecimento de tênis escolares: Firmado com a empresa MP Produtos e Serviços EIRELI ME, CNPJ 26.962.292/0001-37, no valor de duzentos e cinquenta e três mil quinhentos e vinte e oito reais e cinquenta e dois centavos (R$ 253.528,52), para a compra de 2.933 pares de tênis.

Ambos os contratos, assinados no dia 27 de janeiro pela Secretária Municipal de Educação, Kênia Cristina Bueno Peixoto, estavam disponíveis no Portal da Transparência, mas foram retirados após a circulação dos documentos em grupos de WhatsApp. Isso gerou questionamentos sobre os valores envolvidos e sobre a escolha de empresas de fora de Iporá, ao invés de fornecedores locais. A remoção das informações deixou a população sem acesso a detalhes sobre esses gastos públicos.

Impacto no comércio local
Um empresário ouvido pelo Diário do Interior conta que, ao contrário do que fez a prefeitura de Iporá, a maioria das cidades vizinhas tem priorizado a contratação de empresas Iporaenses para a produção de uniformes escolares de seus municípios, devido à qualidade e comprometimento com a entrega. Para o comerciante, a decisão da Prefeitura de Iporá deveria sempre considerar o impacto econômico da medida e a necessidade de fortalecer o comércio local, especialmente em um cenário de desaquecimento econômico. “Não somos contra a distribuição dos uniformes, mas sim contra o fato de que esse dinheiro poderia circular dentro da nossa cidade, ajudando quem realmente investe e paga impostos aqui”, acrescenta o empresário, que prefere não se identificar.

A Prefeitura de Iporá ainda não se manifestou oficialmente sobre os critérios que levaram à escolha de fornecedores de Goiânia, ao invés das empresas locais. A falta de transparência sobre os contratos e a ausência de um posicionamento claro aumentam as dúvidas e o descontentamento entre os empresários da cidade.

Entrega dos uniformes
Apesar de Iporá estar sob decreto de calamidade financeira, a prefeitura realizou um evento para cerca de três mil pessoas, na feira coberta. Uma grande quantidade de pais e responsáveis foi embora sem os uniformes, devido ao extenso tempo que a cerimônia política durou, antes do início das entregas dos uniformes. Posteriormente, foi informado que os pais que não conseguiram receber os uniformes ou não estiveram presentes poderão fazer a retirada nas escolas.

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