As viroses, febres e afins

Antes de ser mãe eu conhecia algumas doenças apenas pela música do Titãs, onde começa “o pulso ainda pulsa”. Mas depois de ser mãe e de gêmeos entendo de cada coisa que até eu mesma me surpreendo.

Nossa semana iniciou-se com febre e febre alta. Mãe e Pai ficaram sem dormir, preocupados, monitorando febre, dando banhos, e ainda explicando ao irmão Jamal que a Sarah logo ia estar bem.

O pediatra é sempre o remédio, no caso não das crianças e sim da mãe. Coitado! É mensagem, ligação, cutucada no facebook e ele sempre nos atende e me ensina – cuida das dores físicas dos pequenos e das dores emocionais da mãe. No meu caso, dores emocionais ao quadrado!

Quem diria que uma pessoa que era metida a entender de música, de direito, de moda, de cabelo ia saber o que é um “exantema súbito”?!? Pois é, eu sei e foi isso que a Sarah teve. E para alegria das mães que vão ler isso ou àquelas que ainda irão ter filhos, muito provavelmente seus lindos filhotes vão ter e ficarão pintadinhos de vermelho! E não pensem como eu, fiquei tão preocupada que falei: “É sarampo!”. Lembrei de uma amiga que me disse que se fosse Sarampo até o Jornal Nacional viria à Iporá.

Mesmo com a febre, as noites sem dormir as artes e os encantos permanecem e parece que eles percebem que os pais precisam de cuidados também. A Sarah estava numa febre que ardia, nos pediu que orássemos (ela é assim). Assim fizemos. Ela suavemente passa a mão no meu rosto e diz; “a naná vai melhorá”. E melhorou mesmo.

A lição que aprendo diariamente é que na tarefa de criar e educar os filhos além de árdua é edificante. Parece que eles é que me ensinam nesses dias cinzas?

Essa semana também fomos comer Pizza e eles pediram “Pita de Tocolate”. Mas acabei conseguindo convencê-los que a de bacon era bem melhor.
E fiquei um pouco encucada. Sempre que vamos em algum lugar e que as pessoas servem os meninos eles falam: Obrigado. E o povo responde: que bonitinho! Ai que encanto! Será que eles pensam que isso é graça? Não é obrigação. Nós pais temos a obrigação de ensinar que o mais velho é Senhor, que as damas sempre primeiro e que sempre devemos agradecer tudo.

E no que tange ao ditado “as damas primeiro” o Jamal é um verdadeiro gentleman: certa feita, na igreja, eles estavam impossíveis. Corriam, brincavam, falavam alto e eu já tinha chamado a atenção quatro vezes. Na quinta eu fui decidida realmente a corrigir. Falei em um tom de voz bem firme: se vocês continuarem eu vou bater nos dois. O Jamal já pegou a Sarah colocou em sua frente e disse: mãe na naná pimelo. Viu, aprendeu muito bem essa lição!

Então é isso. Compartilhei um texto e hoje passo à vocês:

“Respira. Serás mãe por toda a vida.
Ensine as coisas importantes. As de verdade.
A pular poças de água, a observar os bichinhos, a dar beijos de borboleta e abraços bem fortes.
Não se esqueça desses abraços e não os negue nunca. Pode ser que daqui a alguns anos, os abraços que você sinta falta, sejam aqueles que você não deu.
Diga ao seu filho o quanto você o ama, sempre que pensar nisso.
Deixe ele imaginar. Imagine com ele.
As paredes podem ser pintadas de novo, as coisas quebram e são substituídas.
Os gritos da mãe doem pra sempre.
Você pode lavar os pratos mais tarde. Enquanto você limpa, ele cresce.
Ele não precisa de tantos brinquedos. Trabalhe menos e ame mais.
E, acima de tudo, respire. Serás mãe por toda a vida. Ele será criança só uma vez”

Um beijo com sabor de “tocolate” à todos.

Vanessa Costa

Mãe de dois