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Artigo: Iporá entre o Neoliberalismo e o fim dos salvadores da pátria
A população iporaense questiona, dentre os candidatos quem será o melhor para Iporá. Qual deles fará a diferença. E devota a possibilidade de um arranco produtivo no município a um candidato específico. Entretanto, fazem suas observações considerando um horizonte muito limitado, considerando apenas o município, sem levar em consideração que estamos inseridos num contexto macroeconômico que acaba determinando e achatando o horizonte de nossas atividades produtivas, comerciais e até cognitivas. Enfim, não vejo razões para alguém acreditar ou propor que um ou outro candidato poderá realizar grandes mudanças.
Isto porque as medidas neoliberais impostas pelos governos Collor, Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e mantidas pelos Governos Lula (PT) e por Dilma Roussef (PT) cercearam estas possibilidades. Da mesma forma que eliminaram a possibilidade de emergir novos “salvadores da pátria”.
A política neoliberal, centrada na abertura comercial e financeira, na redução do Estado, em aumento das taxas de juros, metas de inflação, reduz esta possibiidade e acaba penalizando a população dada pela necessidade constante de superátivs primários para pagamento da Dívida e de serviços da Dívida externa. Isto tudo para manter a credibilidade da economia frente a especuladores financeiros.
Deixando de lado, os efeitos negativos da subordinação do setor produtivo ao mercado financeiro, quando olhamos os superávits primários notamos como esta política afeta diretamente os iporaenses e posso entender porque, por exemplo, certas obras não foram iniciadas e outras, apesar do tempo que se arrastam não foram terminadas.
A Prefeitura de Iporá possui de 12 a 13 projetos ou convênios com Governo Federal sem nenhuma pendência e prontos para serem executados. Alguns destes projetos se arrastam desde o ano de 2009. E de lá para cá Brasília foi alvo de várias visitas não só do Prefeito de Iporá, mas também de outras cidades que passam por estes mesmos problemas, na tentativa de obter estes recursos. No entanto, nada foi conseguido graças aos cortes de 55 Bilhões que o Governo Federal realizou em 2011 e 2012. Sendo assim, responde-se como a política neoliberal do Governo Dilma Roussef e instalada mais intensamente por FHC afeta as condições de vida das pessoas em um dos bairros mais pobres da cidade de Iporá. Respondo, optando pelo pagamento de juros e serviços da dívida, realizando cortes e postergando obras importantes no âmbito do município. E neste grupo de medidas neoliberais cito ainda a Lei de Responsabilidade Fiscal que apesar de eliminar a possibilidade de abusos por parte de administradores cercea a capacidade do município de realizar seus gastos em obras importantes a comunidade.
Sendo assim, como não haverá uma mudança nos rumos da política adotada pelo Governo Federal pelos próximos anos, estando subordinada aos interesses do capital financeiro. Não vejo razão para alguém acreditar ou para alguém propor uma mudança de rumo para a cidade de Iporá ou para a região Oeste Goiano. Prova disso é que a região Oeste Goiano, a terceira mais pobre do estado, passa por um descolamento de geração de riquezas em relação a outras regiões intensivas na produção de grãos. Temos ficado relativamente mais pobres em relação a regiões Sul Goiano e Sudoeste Goiano e outras intensivas na produção de grãos. Por outro lado, a evidência histórica mostra que não houve nenhum esforço significativo – medido em ações ou em recursos financeiros – tanto do Governo Federal ou Estadual para reverter esta tendência. Sobre esta questão o Governador Marconi esteve em Iporá há alguns meses atrás, distribuindo alguns cheques para escolas estaduais e se comprometeu em colocar a região Oeste Goiano como prioridade em suas ações. Mas além da referida medida não ter sido delineada, até o momento nada foi implementado. (João Batista da Silva Oliveira)
