Política
Sevan Naves fala sobre as novas PCHs que serão construídas no Rio Caiapó e seus afluentes
A combinação de aumento dos preços da energia, risco de escassez de oferta no futuro, custos de implantação baixos, menores entraves ambientais em relação às grandes hidrelétricas, e regras de mercado bem-definidas, vêm tornando o investimento em PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas), um grande negócio, especialmente para a região do Rio Caiapó que banha parte da região do Oeste Goiano e também seus afluentes.
Há alguns anos o empresário e presidente da Triton Energia Sevan Naves, investiu no potencial hidrelétrico do Rio e não pretende sair tão cedo, tendo em vista as 3 PCHs que pretende construir, e ainda uma quarta, a PCH Santo Antônio do Caiapó que é da empresa PCH – Performance Centrais Hidrelétricas Ltda da família de Emival Caiado e gerará aproximadamente de 30MW.
A reportagem do Jornal O Goiás esteve com o empresário juntamente com demais meios de comunicação local, para saber como andam os investimentos atuais e quais serão os próximos.
História da PCH Mosquitão
Contou o Sr. Sevan Naves, que desde 1996 foram feitos estudos e inventários de todo o potencial hidrelétrico de Goiás, Mato Grosso e Tocantins com a finalidade de conferir o a viabilização para implantação das PCHs. Segundo o também geólogo, a biodiversidade da flora e da fauna de Goiás são peculiares e ainda pouco exploradas, fator que tem atraído a atenção da Universidade Nacional de Brasília (UNB) que busca montar projetos de estudos em nível de pós graduação na região.
A preocupação inicial na construção da PCH Mosquitão era ha de fazer uma grande hidrelétrica, que culminou com a primeira PCH do país depois de 60 anos sem empreendimentos desse porte. A partir deste pioneirismo programas de incentivo foram criados e leis defiram de uma vez por todas os parâmetros de confecção das PCHs, o que impulsionou e fez do ramo um dos negócios mais rentáveis do Brasil.
Atualmente a PCH Mosquitão produz 30 MW de energia que são distribuídos de Iporá até Trindade. O projeto básico da PCH Mosquitão (GO) foi feito mediante um consórcio com parceiros financeiros e com o apoio de um contrato no Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa).
Contudo os 4 anos de geração de recursos acarretaram alguns problemas, o assoreamento é um destes. Causado pelo arraste de sedimentos em conseqüência da destruição da mata ciliar, o empresário citou apenas que o agravante não prejudica a Usina, e que pretende aproveitar a areia para construção civil, uma vez que a região carece deste produto.
Outra dificuldade apontada foi quanto à construção de uma escada de peixes que é comum nas grandes usinas hidrelétricas e permiti os peixes de piracema alcançarem seus locais de desova ou alimentação. Para o empresário não há comprovação científica de que esta seria a melhor solução para a manutenção dos peixes no rio e, portanto não vê necessidade em realizá-la, em vez disso a transposição dos peixes é feita de modo mecânico em containers com as características e manutenções ideais para que o peixe sobreviva até ser colocado no rio novamente, “a população dos peixes tanto acima da PCH quanto a baixo é a mesma e isso se deve entre outros fatores, a proibição da pesca predatória nessa região, citou o executivo.
O geólogo reconhece que há pressão da população para que a escada de peixe seja construída. “A população tem o conceito de que a escada é necessária porque todo mundo vê o peixe subindo. Mas as pesquisas demonstram que a escada é eficiente em apenas uma direção. Serve de mecanismo de transposição, ou seja, o peixe sai de baixo da barragem e vai para cima, mas não sabemos se ele vai reproduzir e, mesmo que isso aconteça depois ele pode não conseguir descer”, explicou. Apesar disso a legislação ambiental prevê desde 1986 que todas as novas usinas sejam obrigadas a construir escadas para peixe e, portanto a alteração será feita, segundo o empresário.
É preponderante ressaltar que a construção da PCH Mosquitão, localizada no município de Arenópolis duplicou a receita na pequena cidade e com a chegada da PCH Reneker, com capacidade de produção de 12 MW, presente na região do Rio Bonito, depois do Rio Santo Antônio, bem como da construção da PCH Tamboriú com 21 MW de rendimento e localizada na região de Arenópolis e Palestina, tornará em alguns anos, a pacata cidadezinha do “Areia”, um dos municípios promissores para a economia goiana. A previsão é que as maquinas invadam os canteiros de obras em Abril.
Outros empreendimentos
Além das PCHs que serão confeccionadas, ressaltando a Santo Antonio que gerará receitas para o município de Iporá, existe mais uma, que se encontra ente o Rio Santo Antonio e a PCH Mosquitão, dentro do município de Iporá. Intitulada PCH Jacaré, a pequena hidrelétrica terá propriedade energética de12 MW, e já passou pelos seguintes processos; inventario hidrelétrico, estudo da bacia hidrelétrica, aprovação do projeto básico pela Aneel, e confecção do Eia/Rima (Estudo e Relatório de Impacto Ambiental) que será em breve apresentado à população de Iporá em uma audiência pública.
A audiência será coordenada por professores da Universidade Católica de Goiás e o povo Iporaense tem o direito de conhecer o projeto ambiental e discutir sobre ele. A expectativa, segundo Sevan Naves, é que o mercado de PCHs continue crescendo e que os incentivos no mesmo e a geração do montante da ordem de R$ 750 milhões de reais potencialize a terceira pior econômica do Estado.
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