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Política

Safra de cana preocupa mercado

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Relatório diz que produção deveria crescer pelo menos 40 milhões de toneladas para atender consumo. Previsão de avanço é de 5 milhões

O Brasil terá de expandir sua produção de cana-de-açúcar em torno de 60 milhões a 70 milhões de toneladas por ano nos próximos cinco anos se quiser manter sua taxa de crescimento na produção de açúcar e etanol, considerando uma elevação vigorosa na utilização de hidratado no tanque, segundo cenário projetado pelo Rabobank, banco especializado em agronegócio.

Nas últimas duas safras, o crescimento anual do volume de cana processada no Centro-Sul, porém, foi de 29 e 16 milhões de toneladas, respectivamente e, na atual safra, este volume poderá até cair em relação ao ano anterior.

Considerando um cenário de crescimento modesto para o mercado doméstico de etanol, o Rabobank estima que seria necessário uma expansão anual da ordem de 40 a 47 milhões de toneladas de cana, volume que também não foi atingido nas duas últimas safras e não será na atual.

Inicialmente, o aumento da oferta de cana no Brasil em 2011/12 foi estimado em apenas 5 milhões de toneladas, mas este número está sendo revisto para baixo.

De acordo com o banco, esta meta não deverá ser registrada nos próximos anos diante da falta de novos investimentos em greenfields, o que deixará tanto os preços do açúcar como os do etanol sustentados no período.

O relatório também afirma que, para reduzir a volatilidade registrada no setor nos últimos anos e atrair novos investimentos, a indústria deverá diversificar suas atividades, com a cogeração de energia elétrica a partir do bagaço ganhando mais importância dentro da estratégia de crescimento das empresas.

Segundo o gerente do Departamento de Pesquisa e Análise Setorial do Rabobank, Andy Duff, poucas usinas entrarão em operação na safra atual e uma usina que começasse a ser construída agora só entraria em operação com capacidade total dentro de quatro a cinco anos.

Cotações

Mesmo projetos de expansão de usinas já existentes garantiriam, no máximo, de 20% a 30% da demanda nova. “Será bem difícil escapar de um cenário de preços sustentados nos próximos anos”, disse Duff. O executivo avalia que, em função da necessidade de abastecer o mercado doméstico de etanol, no curto prazo, as cotações do açúcar devem permanecer firmes no mercado internacional porque o volume de cana a ser destinado para expansão da produção de açúcar não será suficiente para atender o crescimento da demanda.

De acordo com o relatório, o crescimento da demanda mundial de açúcar por ano é de cerca de 3 milhões a 3,5 milhões de toneladas e os países produtores (sem o Brasil) conseguem contribuir com apenas 1 milhão de toneladas por ano.

Porém, para o Brasil conseguir ofertar anualmente um adicional de 2 a 2,5 milhões de toneladas de açúcar seria necessário incrementar a produção de cana em até 20 milhões de toneladas, volume que não deve ser obtido no curto prazo. Com isso, os preços internacionais devem permanecer elevados.

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