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Saúde

Quase 1/3 dos adolescentes não usou da camisinha na última relação, diz pesquisa

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Apesar dos avanços na distribuição de preservativos, uma média de três em cada dez adolescentes com vida sexual ativa não usaram camisinha na última relação. Em geral, eles deixam o preservativo de lado por ansiedade, insegurança, ou falta de conhecimento.

Os dados foram apontados em um levantamento divulgado no último mês pelo Instituto Kaplan que trabalha na prevenção de gravidez e doenças sexualmente transmissíveis entre jovens. A pesquisa amostral analisou questionários de 1.856 jovens de 13 a 18 anos que entre julho e agosto do ano passado visitaram o espaço Catavento Cultural, em São Paulo (SP).

Destes adolescentes, 33% declararam ter vida sexual ativa, sendo que 27,7% não usaram camisinha na última relação. “A prevenção é algo aprendido e não é tão simples para um jovem como para um adulto. Existe muita ansiedade dos meninos e ainda uma timidez grande entre as meninas”, conta a coordenadora de projetos do Instituto Kaplan, Camila Macedo.

“É preciso entender as particularidades das relações dos jovens. Para muitos, um relacionamento de um mês pode ser considerado estável”, conta Camila. “Eles não têm um ritual como os adultos. Muitas vezes as relações têm que acontecer rápido, no quarto ou na casa de um amigo. Isso dificulta o uso do preservativo.”

Um dos principais problemas, segundo Camila, é o medo de parecer infiel ao pedir para o parceiro fixo usar camisinha. “Ainda é muito difícil negociar a proteção na intimidade”. “Além disso, é comum a ideia de que num relacionamento estável pode-se abrir mão do preservativo, por confiar no parceiro.”

Entre os adolescentes de 13 a 15 anos, 24% já tiveram relações sexuais, sendo que 76% deles usaram preservativo na última. Entre os de 16 a 18 anos, 51% iniciaram a vida sexual, dos quais 74% usaram camisinha na última relação. “A faixa etária de 13 a 15 utilizou mais preservativo, reforçando que a chance de não usarem camisinha aumenta com a frequência sexual”, aponta o estudo.

Os postos de saúde são considerados os melhores locais para retirar preservativos por 62% dos jovens com vida sexual ativa, sendo que os meninos o fazem com mais frequência que as meninas. Já a escola é considerada um bom local para retirar camisinhas por apenas 9% deles.

Dos jovens analisados 57% dos garotos de 13 a 15 anos já tinham tido relação sexual contra 43% das garotas. Entre os meninos de 16 a 18 anos, 58% já iniciaram a vida sexual contra 42% das meninas.

Incentivando o uso

A estratégia do Instituto Kaplan para aumentar o uso de preservativos é apresentá-los aos jovens. “O mais importante é ensiná-los a colocar, para que eles não fiquem com medo que a camisinha quebre o clima e desistam de usá-la”, conta Camila. “Queremos que os jovens manuseiem, sintam o cheiro e conheçam os modelos disponíveis de preservativos”, completa (Fonte: Sarah Fernandes, do Aprendiz).

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