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Artigos e opinião

Propaganda política e poluição sonora

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O abuso do barulho, do som muito alto é comum demais, em quase todos os lugares, como se não houvessem parâmetros ou leis que regulassem isso. Quem não tem um vizinho que coloca o som a todo volume a qualquer hora do dia – e às vezes, de noite, também? Quem não sofre com os carros equipados com pesadíssimos equipamentos de som ligados a todo vapor – e com o capô aberto na direção da casa da gente, como acontece comigo, aqui na minha redondeza?

Isso é falta de respeito para com o próximo, é descumprimento de lei que proíbe o excesso, é falta de civilidade, de educação, de bom senso, de inteligência. É não saber conviver em sociedade.

E nessa época de eleição o som de carros que fazem propaganda eleitoral parece tornar legal esse desrespeito. Autofalantes com músicas de mau gosto ou locutores falando numa altura de decibéis intolerável,tentando vender candidatos com mentiras e promessas que sabemos, nunca vão ser cumpridas, são comuns.

Será que esses candidatos pensam que esse barulho insuportável, que incomoda todo mundo, vai lhes angariar votos? Quem gosta desse barulho são apenas as pessoas que prestam esse tipo de “serviço”. É comum as pessoas terem o trabalho de anotar o número ou nome dos candidatos que fazem arrazoados barulhentos, para não votar neles. E não o contrário.

E é o que devemos fazer, para desencorajar candidatos pouco inteligentes mas metidos a espertos, de fazerem este tipo de propaganda, pois é um tiro na culatra para eles. Vão gastar dinheiro com os tais “carros de som” que os farão, na verdade, perder votos, porque ninguém acha simpático o fato de ser incomodado com barulho da pior qualidade.

Então, senhores candidatos, não se iludam: na verdade vocês perdem votos com o barulho que promovem, contratando os famigerados “carros de som” para berrarem seus nomes e suas promessas, para cantarem seus “jingles” horrorosos. Usem o dinheiro que pagam por esse “serviço” de outra maneira: coloquem propaganda nos jornais, por exemplo. Polui o jornal, mas é muito mais silencioso, muito mais limpo, mais civilizado.

Sobre o autor: Luiz Carlos Amorim é Coordenador do Grupo Literário A ILHA em SC, com 32 anos de atividades e editor das Edições A ILHA, que publicam as revistas Suplemento LIterário A ILHA e Mirandum (Confraria de Quintana), além de mais de 50 livros.
Foi eleito a Personalidade Literária de 2011 pela Academia Catarinense de Letras e Artes e ocupa a cadeira 19 da Academia Sul Brasileira de Letras.
Editor de conteúdo do portal PROSA, POESIA & CIA. e autor de 28 livros de crônicas, contos e poemas, três deles publicados no exterior. Colaborador de revistas e jornais no Brasil e exterior – tem trabalhos publicados na Índia, Rússia, Grécia, Estados Unidos, Portugal, Espanha, Cuba, Argentina, Uruguai, Inglaterra, Espanha, Itália, Cabo Verde e outros, e obras traduzidas para o inglês, espanhol, bengalês, grego, russo, italiano -, além de colaborar com vários portais de informação e cultura na Internet, como Rio Total, Telescópio, Cronópios, Alla de Cuervo, Usina de Letras, etc.

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