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Cidades

Prefeitura declarou ter ‘visitado mais de 102% dos imóveis’ de Iporá em janeiro e encontrado apenas 225 com focos de dengue

Apesar dos dados Iporá liderou o ranking de casos de dengue em Goiás durante parte do mesmo período.

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Em meio aos números alarmantes de dengue no município, a Prefeitura de Iporá informou à Secretaria Estadual de Saúde que visitou 16.527 imóveis em janeiro, encontrando apenas 225 locais com focos de dengue. Esse número supera até mesmo o total de imóveis existentes na cidade, de acordo com os dados do IBGE, que indicam 16.075 imóveis. Apesar de ter informado 225 imóveis com focos de dengue, os dados da Secretaria Estadual de Saúde indicam que Iporá liderava o ranking de casos de dengue em Goiás durante parte do mesmo período.

Além das ações de janeiro, foi informado que, em fevereiro, foram visitados outros 15.251 imóveis, com a identificação de apenas 75 focos do mosquito Aedes aegypti. Até o momento, não há informações sobre as medidas adotadas no início de março. Dentro do expressivo número de visitas, os dados revelam que, dos 16.527 imóveis visitados em janeiro, 13.479 foram efetivamente trabalhados, ou seja, receberam ações de combate ao mosquito. Outros 3.029 imóveis estavam fechados, enquanto 19 tiveram a visita recusada pelos moradores.

Sistema para monitoramento da dengue em todos os municípios do Estado mostra Iporá com mais de 100% dos imóveis da cidade visitados.

Outro dado relevante é que, dentre os 16.527 imóveis visitados em janeiro, apenas 225 apresentaram focos do Aedes aegypti, o que representa apenas 0,55% dos imóveis da cidade. Todos os dados foram publicados no portal da própria Secretaria Estadual de Saúde, que informou que os municípios são responsáveis por repassar as informações sobre as ações de combate à dengue e os resultados dessas ações.

Prefeitura segue sem publicar boletins epidemiológicos atualizados
Apesar do avanço da dengue em Iporá, os dados sobre a doença têm sido acessados principalmente por meio dos boletins estaduais, uma vez que a Prefeitura não tem divulgado atualizações regulares em suas páginas oficiais. A falta de boletins municipais limita o acesso da população a informações detalhadas sobre a situação local, como o número de casos confirmados, internações e as medidas adotadas para o controle do mosquito transmissor.

A Prefeitura ainda não se manifestou oficialmente sobre a morte de uma senhora de 70 anos, vítima de dengue hemorrágica na Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Não há também esclarecimentos sobre os dados divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde, nem sobre a ausência de boletins epidemiológicos regulares.

Mortes por dengue em Iporá
Além da morte da senhora de 70 anos, ocorrida no dia 26 de fevereiro, a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) investiga duas mortes suspeitas por dengue em Iporá, registradas nas oito primeiras semanas epidemiológicas de 2025. Esses óbitos se somam às 36 mortes notificadas em todo o estado, das quais cinco foram confirmadas até o momento.

Os óbitos em Iporá geraram preocupação nas autoridades estaduais, que intensificaram o acompanhamento das ações de combate ao Aedes aegypti, transmissor da dengue. O município tem se destacado na liderança regional de casos de dengue e permanece entre as cidades investigadas pela SES-GO devido a mortes relacionadas à doença.

Iporá lidera o ranking de casos no oeste goiano
Iporá enfrenta uma situação alarmante com o avanço da dengue, tornando-se a cidade com o maior número de casos registrados no oeste goiano neste início de 2025. Nos primeiros 60 dias do ano, o município já contabilizou 1.265 infecções, ultrapassando cidades vizinhas como São Luís de Montes Belos (214 casos), Piranhas (92), Caiapônia (75) e Jussara (44). Além disso, conforme noticiado pelo Diário do Interior, uma senhora morreu vítima de dengue hemorrágica na UPA de Iporá, e outras duas mortes suspeitas estão sendo investigadas pela Secretaria Estadual de Saúde.

Sintomas e alerta à população
A população é orientada a procurar atendimento médico ao apresentar sintomas como febre alta, dor no corpo, dor atrás dos olhos, manchas vermelhas na pele e sangramentos. A dengue pode evoluir para formas graves, o que torna essencial o diagnóstico e tratamento precoces.

Hospitais lotados e medidas emergenciais
A procura por atendimento médico em Iporá tem sido intensa, tanto na rede pública quanto na privada, devido ao aumento dos casos de dengue. Os hospitais frequentemente operam com capacidade máxima, e grande parte dos pacientes recebe o mesmo diagnóstico: dengue.
Diante desse cenário, a Secretaria Estadual de Saúde tem enviado equipes para treinamento e suporte aos profissionais de saúde. Além disso, a SES-GO está distribuindo equipamentos como bombas costais para pulverização, inseticidas, medicamentos para hidratação e controle da febre. As capacitações abordam o manejo clínico adequado de pacientes com arboviroses e acontecem de janeiro a abril. A secretaria também disponibilizou materiais de apoio, como cartões de acompanhamento do paciente e fluxogramas de manejo clínico da dengue, além de criar um canal exclusivo para esclarecer dúvidas dos profissionais de saúde que atuam na linha de frente.

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