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Política

Policia Militar de Goiás desestimulada

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Corporação, que enfrenta problemas internos, quer paz, aumento de salários e equipamentos para combater crimes

A Polícia Militar do Estado de Goiás entrou numa rota negativa nos últimos quatro anos. Em parte, motivada por ações isoladas dentro da corporação. Mas também por reações críticas do próprio governo e da sociedade, que, em vez de melhorar o serviço, piorou, com críticas severas, promoções injustas e julgamentos precipitados. Um pequeno exemplo dessa implosão ocorreu na última sexta-feira, quando um soldado, suspeito de roubar carros, atirou seis vezes em um capitão. O episódio é um entre tantos que fere, principalmente, o ‘militar de bem’. Desse tiroteio, como em outros, sai abalada a dignidade da PM.
A segurança pública é atividade essencial do Estado e consome dos cofres mais recursos do que saúde e educação. O artigo 144, da Constituição Federal, garante ao cidadão a existência de órgãos para executar tais serviços, mas exige também da sociedade uma postura que facilite a execução. Logo, conter a violência é uma atitude que cabe a todos.
Nos últimos meses, juntaram-se situações e episódios para diminuir ainda mais a autoestima da PM e impedir a execução dos serviços em sua plenitude. A própria explosão da violência e de homicídios é atribuída à PM quando, na verdade, torna-se fruto do aumento natural da população, de leis penais frouxas e da falta de políticas públicas que coíbam a criminalidade.
Nos bastidores, circulam inúmeros fatos que desmotivaram as tropas. “Desde o ano passado, no final do governo, ocorreram desmandos”, diz um integrante, que pede para não ter seu nome informado. A imagem da PM começou a ser ferida ainda no começo da gestão anterior, em 2007, quando dois soldados fizeram fotos com uma mulher nua ao lado da viatura. O fato foi manchete em vários portais de notícias do País.
A mesma gestão terminou coroando inúmeros PMs, com promoções consideradas injustas pelos demais integrantes. Em vez de servir para valorizar a instituição, o fato fez com que militares se desestimulassem com as promoções dos colegas. “Antes da operação ‘Sexto Mandamento’, a polícia já se encontrava desmotivada, devido aos desacertos ocasionados pelo governo Alcides Rodrigues e seus principais articuladores. A PM, sem comando e autoridade, com a desastrosa e pouco proba administração que teve, e a Polícia Civil sem rumo e com constantes greves, tornou nosso trabalho insustentável”, desabafa um militar da corporação.

Sugestões propostas pelos próprios militares

Militares ouvidos pela reportagem sugerem modificações imediatas para tornar a PM melhor e mais preparada para as ações contra a violência

 

  • Reformulação da lei de promoção dos oficiais
  • Mudar os critérios de promoção, priorizando o nível técnico, o histórico do oficial e diminuindo a avaliação subjetiva.
  • Realizar teste de aptidão profissional, como é feito entre os praças.
  • Concessão de IP para coronéis
  • O coronel, ao passar para a reserva, deixa de ter perda salarial. Hoje é o único posto da corporação que perde ao passar para a inatividade.
  • Reconhecimento da carreira jurídica para os oficiais
  • Seria a equiparação com a Polícia Civil na classe dos delegados
  • Melhoria do plano de carreira dos praças
  • Aumento do número de promoções e mudança dos critérios de avaliação.
  • Ampliação de assistência médica, odontológica, psicológica e assistência social do policial militar e seus dependentes, principalmente no Entorno do DF e interior do Estado.
  • Autonomia administrativa para a PM
  • A corporação deverá executar suas próprias compras, o que trará menos erros nas aquisições e valorização do comando. Recursos financeiros para manutenção do aquartelamento.
  • Reposição anual de efetivo
  • Realizar concurso para suprir o mesmo quantitativo de policiais militares que deixaram o serviço ativo no ano anterior.
  • Incentivo à qualificação
  • Ampliação de cursos de especialização, cursos internos e/ou conveniados com instituições de ensino superior público ou privado.
  • Humanização da PM
  • Humanizar a formação profissional e o atendimento ao Policial Militar, seus dependentes e a relação com a sociedade.
  • Ampliar a capacidade operacional
  • Reestruturação física e técnica das tropas especializadas, como a Rotam. Implementação na atividade de Segurança Comunitária, Patrulhamento Rural e Policiamento das Divisas do Estado
  • Reaparelhamento do armamento e equipamentos necessários para a corporação.
  • Informatização e revisão de todos os processos administrativos da Polícia Militar, com padrão Iso de qualidade
  • Melhorar a comunicação operacional e adminstrativa, através de tecnologias digitais GSM e GPRS, dentre outros. Facilitar as consultas online de veículos furtados/roubados, foragidos da justiça, dados pessoais de identificação criminal.
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