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Segurança

O dia que Iporá parou para assistir à vitória de uma mãe

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Nilva E Vanessa Camargo (foto: reprodução Facebook)
Nilva e Vanessa Camargo (Foto: reprodução Facebook)

O Diário do Interior está desativado há cerca de 3 anos e não tenho planos de reativá-lo. Porém, esse é o fim de uma história que eu sempre quis escrever e esperei por muitos anos para redigir cada palavra desse artigo. Essa página era usada quase que exclusivamente para noticiar diariamente fatos de Iporá e cidades vizinhas. Dentre um dos casos que noticiamos, está o do crime cometido contra Vanessa Camargo Soares, de apenas 28 anos, grávida de aproximadamente 4 meses de um bebê de nome Isís. Elas foram cruelmente assassinadas, no dia 31 de julho de 2017. Hoje, dia 07 de novembro de 2020, o responsável pelo crime, que era esposo e pai das vítimas,  foi condenado há quase 30 anos de prisão por júri popular.

Audiência foi transmitida ao vivo e teve grande destaque para a atuação do Promotor Luiz Gustavo Soares Alves.

Audiência foi transmitida ao vivo e teve grande destaque para a atuação do Promotor Luiz Gustavo Soares Alves.

Só que essa publicação não é unicamente sobre a Vanessa e a Isis. É também, sobre a Nilva Camargo, mãe da vítima e que durante esses longos anos foi obrigada a chorar pela dor da perca de uma filha durante a noite e já pela manhã, estar de pé para lutar por justiça. Já que devido manobras jurídicas, o até então acusado, hoje condenado, permaneceu em liberdade por quase todo o curso do processo até o momento.

População de Iporá acompanharam Nilva Camargo durante todo o período de julgamento (Foto: Lizi Dallenogari)

População de Iporá acompanharam Nilva Camargo durante todo o período de julgamento (Foto: Lizi Dallenogari)

Desde o dia 31 de julho de 2017, produzi muitas notícias sobre o caso. No início, acreditava ser impossível tão terrível crime ter como autor o Horácio Rozendo Araújo Neto, de 35 anos, porque não consegui visualizar um mundo, onde alguém, próximo e conhecido de todos, poderia ser capaz de assassinar de maneira tão cruel a esposa gravida e consequentemente a filha de apenas 4 meses.  Errei. E com o passar do tempo e com a divulgação parciais de detalhes dos laudos não tinha mais dúvidas sobre a autoria do crime.

Para nós que não somos familiares ou tão próximos à família  é difícil compreender como é viver um momento tão desesperador. No entanto, passando a conviver com a Nilva e acompanhando sua luta, percebi o quanto foi angustiante para ela ver o assassino da filha e da neta, livre, levando uma vida “normal” em festas, reuniões e muita liberdade. Mas também percebi a força e a coragem de uma mãe para buscar por justiça.

Quase 200 pessoas acompanharam o julgamento em frente ao fórum de Iporá (Foto: Lizi Dallenogari)

Quase 200 pessoas acompanharam o julgamento em frente ao fórum de Iporá (Foto: Lizi Dallenogari)

Por isso Nilva, hoje, após anos, reativo o Diário do Interior apenas para publicar esse artigo e te parabenizar pela postura, integridade e força para lutar diariamente por justiça. Essa vitória é da sociedade e em especial, sua e de todos os seus familiares, que nunca deixaram de cobrar um posicionamento da justiça e evitar que o fato caísse no esquecimento.

Parabéns Nilva. Que hoje você possa dormir em paz. Justiça foi feita.

Para acompanhar o julgamento do caso CLIQUE AQUI


Geraldo Neto

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