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Política

O Brasil cresce. Goiás cresce. E Iporá?

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O IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), divulgou recentemente que até 2016 o Brasil pode superar a miséria e diminuir a taxa nacional de pobreza absoluta. Goiás, de semelhante modo, está em 12º no ranking das cidades com maior PIB per capita, com 6,8 reais por pessoa, e ocupa ainda a terceira posição no ranking dos Estados que obtiveram a maior queda nos níveis de pobreza absoluta do País. Mas, será que Iporá acompanha esse avanço?
A cidade de Iporá é constituída basicamente por uma agricultura familiar e no comércio a expensas da produção industrial. Com um PIB per capita não tão abaixo de Goiás, 6,2 reais, analisado em 2007, Iporá segue estagnado na economia. O aumento do IPTU bem como da taxa de esgoto com 100% sobre o valor da conta de água acarretará ainda mais dificuldades aos Iporaense, que sem saída preferem se mudar para outras cidades a permanecer e investir aqui.
A cada ano a evasão de pessoas na busca por melhores condições profissionais é maior, existem pessoas que não se capacitam e mesmo aquelas que aprimoram sua bagagem preferem alçar vôos maiores a ficar aqui a espera de mudanças, este fato já é um dos motivos para que o crescimento econômico diminuir ano após ano, desde 2002.
Verificamos se o IBGE, a CDL ou mesmo a Prefeitura de Iporá dispunha de dados quantitativos ou qualitativos sobre como anda a economia em nossa cidade, e estes nos informaram não haver nenhuma informação que possa nortear os planejamentos para a melhorar a qualidade de vida dos Iporaense.
No entanto um estudo feito pelo Presidente da AMORVIB (Associação de Moradores da Vila Itajubá I e II, Vila Brasília), João Batista da Silva Oliveira, para sua conclusão de curso em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual de Goiás – UnU
Itumbiara apontaram dados que fundamentam qual o motivo de Iporá estar na contra-mão do desenvolvimento goiano.

O Oeste Goiano é a 3ª região mais pobre do estado, perdendo apenas para as regiões Nordeste e Noroeste, e não há sinais que ocorra um arranco produtivo, uma vez que, apresenta uma industrialização incipiente, crescendo muito rigidamente. A tendência se continuar desse modo é que outras localidades se enriqueçam passo a passo e a região Oeste Goiano apresente uma tendência relativa ao empobrecimento.

As explicações para o crescimento econômico amarrado da região Oeste Goiano se deve, primeiramente por situar em uma economia subdesenvolvida, que se expande mediante o processo de dependência, ou seja, com fortes restrições ao crescimento e desenvolvimento econômico.
Num segundo momento, à inadequação de Iporá ao padrão de concorrência vigente na economia goiana, com a produção de grãos e outras commodities em elevada escala com o intuito de abastecer mercados internacionais e nacionais seria mais um fator.

Uma terceira suposição determina que o crescimento ocorrido nas regiões que se ajustaram ao padrão de concorrência não é disseminado para as demais, se constituindo assim uma espécie de enclave, onde o estabelecimento de um núcleo capitalista não possui poderes de dinamizar regiões circunvizinhas, a exemplo as empresas instaladas em São Luís dos Montes Belos.

E finalmente, o humilde desempenho ocorre devido à baixa acumulação interna, principalmente pela baixa produção de bens não duráveis de consumo efetuado pela classe assalariada, tais como, alimentação, energia elétrica, telefone, vestuário, aluguéis, materiais de construção civil, veículos e eletrodomésticos, dentre outros.

Como a indústria de tais bens não está localizada na região, mas em outras regiões tais como, região Metropolitana de Goiânia, Sul Goiano e Sudoeste Goiano e outros Estados, o que ocorre é um envio de remessas. Então se tem que a renda que seria reinvestida no aparato produtivo da economia, gerando novos volumes de emprego e renda. Portanto, é enviada para o exterior da região, dinamizando outras regiões que não Iporá.
O estudo aponta ainda que São Luis dos Montes Belos com a população de apenas 27.793 habitantes e aumentando a cada dia mais, devido à intensa industrialização, até o ano de 2013 estará o dobro mais desenvolvido que Iporá.
A extensa pesquisa do autor indicou também algumas possíveis soluções. A primeira delas é relativo ao problema da acumulação interna das regiões, o qual mediante incentivos do governo e a implementação de uma espécie de “Processo de Substituição de Importações” com objetivo de estimular a acumulação interna,forneceria dados para engendrar novas formas de investimentos.

Elevar a acumulação interna, na tentativa de produzir no interior da economia produtos de consumo assalariado, como os mencionados acima, seria outro meio para abastecer o mercado interno e de outras regiões. Investir em capital para aumentar a produtividade e a produção é mais uma sugestão para aumentar a renda per capita e o poder aquisitivo dos Iporaenses.
Portanto as soluções para estas causas só podem ser resolvidas por meio da articulação entre governos municipais e os governos federal e estadual, juntamente com o apoio de todo a sociedade. Só assim Iporá deixará de perder seus filhos e se emancipará para uma condição confortável na economia goiana.

Colaboração: ”Economia Iporaense” Autor: João Batista da Silva Oliveira-Presidente da Associação de Moradores da Vila Itajubá I e II, Vila Brasília (AMORVIB).

 

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