Segurança
Mulher morre após parto em Rio Verde e família acusa maternidade de negligência
A família de uma estudante de 26 anos, que morreu logo após dar à luz, acusa de negligência a maternidade onde o parto foi feito, em Rio Verde, região sudoeste de Goiás. Segundo os parentes de Flaviana Gregório dos Santos, ela não recebeu o atendimento necessário e faleceu porque a retirada do bebe aconteceu depois do prazo previsto. A unidade de saúde nega falha no atendimento.
A jovem morreu na última quinta-feira (13). Depois que nasceu, o menino foi transferido para o Instituto Goiano de Pediatria (Igop), em Goiânia. Procurada, a unidade informou que não é autorizada a repassar informações sobre o estado de saúde da criança e limitou-se a dizer que ela está internada na UTI. Luciana dos Santos, irmã de Flaviane, disse que o estado de saúde do bebê é considerado grave.
Segundo Derli Barbosa, esposo de Flaviana, em todas as consultas feitas antes do parto, a mulher estava bem e com a pressão normal. Ele conta que o nascimento deveria ter acontecido até o dia 9 deste mês, mas que até a data, o procedimento não havia sido realizado.
“No dia 10 [de junho] ela ainda não havia tido o bebê. Levei-a na maternidade porque já havia passado o dia dela dar à luz. Mas o médico falou que estava tudo bem e que ela poderia voltar para casa. Nesse dia, ela já devia ter sido atendida porque o bebê já estava muito grande e ela estava começando a inchar”, lembra o viúvo.
Luciana dos Santos, irmã da vítima, contou que pediu a realização de uma autópsia para saber os reais motivos da morte de Flaviana. “Até hoje não sabmos do que minha irmã morreu. Esse documento deve ficar pronto no início da próxima semana. Assim que isso acontecer, vamos entrar na Justiça contra a maternidade”, revela.
No dia da morte, a família foi avisada que o bebê não nasceria naquela data. No entanto, de madrugada, os parentes receberam uma ligação avisando que era necessário fazer um parto de emergência. Luciana reclama do atendimento e conta que viveu momentos de agonia.
“Ela estava sentindo dor. Chamei o médico e disse: ‘Doutor, minha irmão está morrendo. O senhor vai deixar? ‘. Aí que ele foi ver que ela não estava conseguindo respirar mais”, detalha.
Flaviana morava com o esposo e a filha de seis anos. Enquanto aguardava o segundo filho, ela se preparava para a formatura do curso de Administração, que aconteceria em julho deste ano.
Resposta
Thiago Freire, diretor da maternidade, defendeu os profissionais da unidade. Ele destaca que se não fosse a intervenção dos médicos, “a situação poderia ter sido pior”.
“De certa forma, as consequências só não foram mais graves porque o colega de plantão agiu imediatamente, fazendo a cesariana e conseguindo salvara a criança”, explica.
Conforme afirma, uma apuração inicial sobre o caso está começando a esclarecer o incidente. “Vimos que se tratava de uma complicação secundária a uma condição muito grave, relacionada à pressão da paciente, que se descontrolou durante o parto”, diz Thiago.