Segurança
Mulher mata o marido dentro de hospital e se mata em seguida
Um ato extremo de misericórdia ou insanidade? A Polícia Civil ainda não sabe o que levou Rozeny de Almeida Rosa, 42 anos, a matar o marido, o economista Jovael Pio Dias de 66, e depois se matar. A tragédia aconteceu às 16 horas de ontem, em um apartamento do primeiro andar, do Hospital Samaritano, na Rua 237, Setor Coimbra, onde Josael estava internado desde o dia 2 deste mês, com câncer no intestino.
Em duas cartas deixadas por Rozeny, ela relata que não suportava mais ver o marido sofrendo, à beira da morte. Os dois eram casados há 6 anos. Em uma das cartas a mulher faz referência à atitude que tomaria posteriormente e chega pedir perdão a Deus.
O delegado Jorge Moreira da Silva, titular da Delegacia de Investigações de Homicídios, disse que, de acordo com informações da família do economista, Rozeny revezava com outros parentes para acompanha-lo no hospital. Ela teria ido ontem à Palmeiras de Goiás onde vivia com o marido, e voltado para Goiânia com um revólver calibre 32, de Jovael. Por ser acompanhante do marido, entrou no hospital sem problemas. No quarto, atirou duas vezes contra o marido. Ele foi baleado no pescoço e no rosto, ao lado do nariz, morrendo na hora.
O vendedor Orlandir Tavares que estava com a mãe no pronto-socorro do hospital, disse que ouviu dois disparos e, alguns segundos depois, outro. Era Rozeny. Ela se matou com um tiro na cabeça. A delegada Adriana Ribeiro de Barros, adjunta da Homicídios, que também esteve no local, acredita que a mulher tinha a intenção de se matar tomando veneno para matar ratos. A Polícia Técnico Científica apreendeu na pia do banheiro do apartamento, um frasco de veneno. “Acreditamos que ela não teve coragem de tomar o veneno e se matou com um tiro na cabeça”, disse.
A filha do economista, Viviane Dias de Melo, chegou no hospital pouco tempo depois. Ela ficou sabendo na portaria que não poderia visitar o pai, porque uma mulher havia matado um paciente terminal de câncer a tiros um pouco antes. “Eu soube naquele momento que era meu pai. A mulher dele era louca e sempre deu muito trabalho”, disse. Segundo a família de Jovael, Rozeny sofria de transtornos mentais e abandonou tratamento psiquiátrico. Ela não tinha contato com os três filhos e com a família do marido.
Viviane contou que o pai estava internado há dez dias, mas estava melhorando. “Ele tinha câncer no intestino e, com isso, o intestino parou e o líquido foi para o estômago, fazendo com que ele vomitasse muito, mas já estava melhor e se alimentando”.
Inconformada com a morte do pai, Viviane acusou Rozeny de estar preocupada apenas com a casa, carro e bens de Jovael. “Ela foi o pivô da separação dos meus pais e ultimamente estava interessada apenas nas coisas dele”. A Polícia Técnico Científica recolheu a arma, um projétil de calibre 32, o veneno para matar ratos e as duas cartas escritas por Rozeny.
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