Em cima da hora
MP vai processar empresa promotora do Caldas Country

O Ministério Público de Goiás (MP) vai propor ação na Justiça contra a realização do Caldas Country Fest, promovido pela empresa JFC Promoções e Eventos Ltda., em Caldas Novas, na Região Sul do Estado. A informação foi repassada, ontem à noite, ao POPULAR, pelo promotor de Justiça Giordane Alves Naves, que atua na área de controle externo da atividade policial. “Já é certo que tomaremos as devidas medidas judiciais”, garante, sem especificar uma data para protocolar o documento.
Conforme divulgado na edição de ontem do POPULAR, o evento teria colaborado para gerar um tumulto na cidade. E a desordem ganhou repercussão nas redes sociais. No Facebook foram publicadas fotos de casais mantendo relações sexuais em cima de carros estacionados nas ruas de Caldas Novas e pessoas feridas a tiros. Em outra imagem, um grupo de foliões dança em cima de uma cabine da Polícia Turística. Um grupo de jovens embriagados subiu numa ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), de acordo com uma enfermeira. Outro flagrante é de um carro sendo incendiado por um grupo de rapazes.
Apesar de os shows terem sido organizados “a contento” no espaço de eventos Caldas Park Show, na avaliação do promotor de Justiça, a grande quantidade de pessoas atraídas ao evento tem causado bastante dor de cabeça aos moradores da cidade. “A população daqui está extremamente contrária à realização do evento”, pondera Giordane Naves. “A cada ano os reflexos sociais do evento no município vêm se tornando mais graves. O prejuízo para a cidade foi enorme”, emenda ele.
Força-tarefa
No total, três promotores de Justiça integram uma força-tarefa para colher provas suficientes dos danos causados e fazer a representação. Além de Giordane Naves, a apuração é feita por Rafael Machado de Oliveira e Pedro Eugênio Beltrame Benatti. Eles devem juntar provas que tenham envolvido abusos em várias áreas, entre elas meio ambiente, trânsito, urbanismo, do consumidor e de saúde. “Embora as atribuições sejam distintas e a colheita de provas seja feita separadamente, vamos tomar a medida conjuntamente”, adianta Giordane Naves.
O MP informa que a empresa JFC Promoções e Eventos Ltda. firmou Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), em 28 de outubro, pelo qual se comprometeu com a elaboração de um estudo do trânsito, além de garantir o pagamento das diárias de agentes. Além disso, deveria ter montado estrutura médica de atendimento às pessoas que apresentassem algum problema de embriaguez, para que não fossem encaminhadas à rede pública. Ficaram responsáveis ainda pela sinalização de trânsito no evento.
O promotor Giordane Naves afirma que vai checar se todas essas medidas foram cumpridas. “Também vamos apurar se o efetivo policial prometido foi enviado à cidade e, ainda, se 160 homens da Polícia Militar teriam sido suficientes, se comparado com o tamanho do público”, acentua ele.
Caldas Novas, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tem cerca de 70 mil habitantes e, segundo o produtor geral do Caldas Country Show, Cristiano Martins, o evento recebe em torno de 150 mil pessoas. “O evento atrai o grande público”, afirma, alegando que cumpriu todas as recomendações do TAC.
Secretário de Comunicação da prefeitura de Caldas Novas, Wilhes Alves, admite que houve falha da administração municipal por não ter providenciado banheiros químicos, mas também critica a falta de policiamento. “O policiamento foi uma catástrofe. Foi uma sequência de falhas”, reconhece, alegando que teve autorização do prefeito Ney Viturino para conversar com a imprensa. A PM, por sua vez, rebate, alegando que fortaleceu o efetivo de militares nos dias do evento.

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