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Política

MP denuncia Demóstenes, Cachoeira e ex-diretor da Delta por corrupção

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O Ministério Público de Goiás (MP-GO) denunciou por corrupção o ex-senador e promotor de Justiça Demóstenes Torres (sem partido), o contraventor Carlinhos Cachoeira e o ex-diretor da Construtora Delta Cláudio Dias de Abreu ao Tribunal de Justiça do estado. A denúncia é resultado de investigação instaurada em março de 2012, com base em dados colhidos nas operações Monte Carlo e Vegas.

Carlinhos Cachoeira afirmou que não vai dar nenhuma declaração a respeito. O advogado dele, Nabor Bulhões, disse que ainda não teve acesso ao teor da denúncia. “Tão logo tiver acesso, posso falar. Seria inconsequente eu falar sobre algo que não conheço”, afirmou.

A reportagem tentou contato com Demóstenes Torres e seu advogado, Antônio Carlos de Almeida, porém, eles não atenderam às ligações. O empresário Cláudio Abreu e seu advogado não foram localizados.

Acusações
Demóstenes é acusado por oito crimes de corrupção passiva e advocacia administrativa. Segundo o MP, ele recebeu diversas vantagens em razão do cargo que ocupava no Senado, tais como viagens em aeronaves particulares, bebidas de alto custo, eletrodomésticos de luxo e recebimento de R$ 1,52 milhão. Deste dinheiro, R$ 20 mil foram recebidos em notas de R$ 20, afirma o MP.

Já o ex-diretor da Construtora Delta, Cláudio Dias de Abreu, e o empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, são acusados de corrupção ativa. Segundo o procurador-geral de Justiça de Goiás, Lauro Machado Nogueira, as provas do processo não podem ser apresentadas, pois estão sob sigilo.

Outra acusação feita pelo Ministério Público é a atuação de Torres em um esquema de oferecimento de propina ao prefeito de Anápolis, Antônio Gomide. Segundo o MP, o ex-senador coordenou, em julho de 2011, uma reunião entre Claudio Abreu e Cachoeira.

A dupla teria oferecido dinheiro ao prefeito para que eles fossem beneficiados por meio de um contrato com a Construtora Queiroz Galvão. Não há indícios de que a proposta foi aceita, afirma o MP.

Além destas denúncias, o MP protocolou junto ao TJ-GO o pedido de quebra de sigilo fiscal de Demóstenes, que ainda não foi analisado.

Suspensão
O Ministério Público também renovou o pedido de suspensão cautelar do ex-senador de seu cargo como procurador de Justiça ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Segundo Lauro Machado, o MP entende que “durante o trâmite do processo criminal não há condições do exercício do cargo de procurador de Justiça”.

Demóstenes Torres está afastado do cargo desde abril de 2012 por seu envolvimento com o empresário Carlinhos Cachoeira. Por conta do relacionamento entre os dois, o ex-senador também perdeu o cargo no Senado e está inelegível até 2027.

Apesar de estar afastado da função pública de procurador, Demóstenes segue recebendo salário bruto de R$ 26 mil. Se for suspenso, ele perde o benefício. O procurador-geral explica que, como o cargo é vitalício, a única forma de perder o cargo é se Demóstenes for condenado por qualquer um dos crimes. Neste caso, o ex-senador também perde o direito a aposentadoria.

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