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Goiás

Jovem que vendia jujubas no sinal, agora vende bombons para pagar faculdade

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Em busca de um futuro melhor, a estudante de Arquitetura e Urbanismo, Renata Cristina Nunes Porto, de 21 anos, não para de correr atrás do seu sonho, mesmo com todos os obstáculos que a vida lhe coloca.

A jovem voltou a ser vendedora de guloseimas, após ter encerrado o período de dois anos de contrato em seu estágio.

Antes de começar a trabalhar como estagiária, Renata vendia jujubas no sinal e agora vende bombons recheados na faculdade onde estuda.

Uma história que tinha tudo para não dar certo, seguiu caminhos positivos graças ao apoio familiar e força de vontade da jovem que tem o sonho de se tornar uma arquiteta de sucesso.

ONDE TUDO COMEÇOU

No ano de 2011, Renata percebeu que para realizar sua vontade de se tornar uma universitária, teria que conseguir uma renda extra, pois o dinheiro da família não seria suficiente para pagar os estudos.

Ela começou a vender jujubas nos sinais da Capital goiana, a jovem seguia de sinal em sinal –da Avenida Anhanguera até a Rua 136. “Eu encontrei um anjo, que foi uma policial que me orientou a vender em um único sinal no centro”, disse.

Esse sinal foi o do cruzamento da Rua 2 com a Avenida Tocantins, no Centro de Goiânia, e quem passou por lá nesse mesmo ano provavelmente deve ter sido abordado por essa jovem que, na época, tinha 19 anos. Renata que é uma moça bonita, sorridente e muito educada oferecia as jujubas para quem passasse no local, sendo de carro ou a pé.

Um verdadeiro exemplo de vida e determinação, é filha de um guarda municipal e uma dona de casa. A estudante mora na região leste da Capital e todos os dias acordava por volta da 5h30, tomava café e ainda escuro saia de casa a pé até o ponto de ônibus, para ir vender suas gomas.

Dos R$ 60 reais que arrecada, em média, todos os dias, metade ela usa para comprar mais mercadoria e a outra metade ela deposita para ajudar a pagar a faculdade. A rotina dessa jovem era de fato cansativa. Quando chega em casa no final da tarde ela não descansa. Pois tinha pouco tempo para arrumar e ir para faculdade que fica às margens da BR 153.

“Eu chegava em casa depois da meia noite, muito cansada, mas realizada por ter enfrentado mais um dia de trabalho e estudo”, afirma Renata.

E foi graças a esse trabalho no sinal que teve uma exposição maior nas mídias da cidade e surgiu a oportunidade do estágio, onde ficou do dia 15 de outubro de 2011 até a mesma data deste ano.

Mas antes de aparecer essa proposta, Renata passou por situações desagradáveis como ser ignorada, confundida com pedinte, sofreu descriminação de familiares que passava pelo local e fingiam que não a conhecia e o mais desagradável foi os assédios.

“Mesmo satisfeita com o estágio, eu comecei a fazer bombons para vender na faculdade e ajudar nos gastos com materiais, xerox, livros e complementar a renda familiar”, contou a estudante.

FUTURO

A futura arquiteta, que nunca sentiu vergonha de vender jujubas no sinal, voltaria aos sinais sem problema algum, mas como todas as pessoas ela quer sempre subir um degrau na escada da vida. “Hoje eu estou mais uma vez desempregada, porque venceu o prazo do meu estágio, mas eu não fico parada e já comecei a vender meus bombons e quero me formar no tempo certo”, conta Renata.

Renata quer se especializar em projetos de casas e prédios, para beneficiar pessoas carentes e com necessidades especiais, “quero principalmente ajudar pessoas deficientes, por minha mãe ser uma mulher com essas necessidades”, diz.

Renata espera que com essa matéria alguém se sensibilize com sua história e lhe dê uma oportunidade no mercado, “quem quer algo corre atrás e vence seus obstáculos, pois nós jovens somos o futuro da nação”, fala. A estudante tem que pagar, mensalmente, R$: 1.150 reais do curso e atualmente tira, em media, R$: 400, com as vendas dos bombons.

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