Política
Jaupaci entra no Projeto Ser Natureza com energia para recuperar o Córrego Taperão
Moradores de Jaupaci vão integrar o Projeto Ser Natureza, tendo como proposta a recuperação do Córrego Taperão. A decisão foi tomada em roda de conversa realizada nesta terça-feira (5/10), no Centro de Referência de Assistência Social (Cras), quando o projeto foi apresentado oficialmente à comunidade.
Comunidade em movimento
Desde o início do ano passado, por iniciativa da secretária municipal de Ação Social, Mirlei Morais de Carvalho (foto), um grupo de pessoas do próprio órgão, do Cras, do Peti, do Projovem e outros parceiros já se movimentava para a recuperação do córrego, dentro do projeto Verde e Água Renascente: águas para futuras gerações. Eles chegaram, inclusive, a fazer o replantio de centenas de mudas às margens da nascente do Taperão – que não vingaram – e a planejar outras ações. Uma delas foi a busca de apoio do Ministério Público na empreitada.
Por sua vez, o Ministério Público há muito tempo já vinha se preocupando com a situação de degradação do curso d’água apontada pelos moradores. Tanto que um laudo pericial do MP sobre a questão foi concluído em julho último, por solicitação da promotora de Justiça Ana Paula Antunes.
A promotora e o articulador social e também oficial de promotoria, Ruiter Silva Santos, entendendo que a demanda poderia ser trabalhada dentro do Projeto Ser Natureza, passaram a manter contato com o grupo desde o início deste ano para uma aliança de forças. Ruiter esteve em Jaupaci em março para tratar do assunto e apresentou casos de recuperação de rios que estão sendo levados com sucesso pelo projeto, como os de Nerópolis, Goianira e Faina.
No mês passado, 11 pessoas de Jaupaci participaram do IV Módulo do Curso de Formação de Articuladores Sociais, realizado em Goiânia, com o objetivo de conhecer a proposta do MP de aproximação da sociedade para resolução de suas demandas, de forma alternativa à via judicial.
Por fim, na roda de conversação realizada nesta terça-feira (5/10), a psicóloga Maria José Soares, da equipe técnica do Projeto Ser Natureza, fez uma exposição do tema para os participantes e soube das iniciativas já tomadas pela comunidade para a recuperação do córrego. Assim, a parceria foi consolidada.
Nascimento com fôlego
Segundo Maria José, a articulação em Jaupaci nasce com fôlego, já que o grupo está formado, tem interesse e metas. Outro auxílio que chega em hora oportuna é a doação de mais de R$ 36 mil em estacas e esticadores feita pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), que foi destinada pelo Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente do MP ao município.
A negociação, intermediada pela promotora de Justiça local, vai dar suporte às atividades recuperatórias a serem realizadas, em especial o cercamento da área da nascente e margens do Córrego Taperão. O material foi recebido há cerca de 15 dias pelo grupo e está disponível para uso (foto). Outros, como arame e bobs (peças que retesam os fios), devem chegar em breve.
Intervenções
O perito ambiental do Ministério Público Juber Henrique Amaral, ao fazer uma análise das fotos apresentadas pelos moradores, lembrou que as intervenções a serem feitas para a recuperação do córrego devem ser planejadas a partir de estudos técnicos. Assim, ele deve percorrer o córrego, da nascente ao ponto de captação, e, de posse do laudo já emitido pelo MP, verificar a situação atual de degradação. O engenheiro vai negociar com a Emater a visita de um técnico nessa mesma data para a elaboração do Plano de Recuperação de Área Degradada (Prad), necessário para o início das ações recuperatórias.
Também neste dia a equipe técnica do MP vai se encontrar com o grupo para a formação dos articuladores e capacitação para condução da roda de conversa que deve ser realizada, o mais breve possível, com os fazendeiros lindeiros ao córrego.
Apoio
Presentes ao encontro, a primeira-dama do município, Marlene Barbosa Guimarães; a representante da Saneago local, Zuleide Alves Pinto, e Maysa Peixoto, da Assistência Social, garantiram empenho para fortalecimento das ações do grupo. Segundo Marlene Guimarães, a vontade da administração municipal é mudar essa história. “O que nós degradamos, queremos consertar. Estamos de braços abertos e vamos correr atrás para que esse projeto dê certo”, salientou. (Texto e fotos: Cristiani Honório/Assessoria de Comunicação Social do MP-GO)
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