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Cultura

Iporá: O palco do maior encontro de muladeiros do mundo

O evento supera até a tradicional festa americana Richemon Mule Days

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O maior encontro de muladei­ros do mundo acontece em Goiás, mais precisamente no município de Iporá, que fica a 226 quilômetros de Goiânia. O evento que começa hoje reúne os principais criadores de burros, jumentos e mulas do pla­neta. Mais de 2.500 animais estarão reunidos em um desfile de exposi­ção. A atividade supera até a tradi­cional festa americana Richemon Mule Days, nos Estados Unidos.

O 11º Encontro Nacional de Mu­ladeiros é realizado pela Associa­ção de Muladeiros do Oeste Goiano (Amog) e tem como um dos obje­tivos resgatar as tradições caipiras. “Ser muladeiro é ter honra da sua origem e tradição, paixão e respeito pelos animais, e sobretudo ter fé”, es­clarece o presidente da AMOG, Co­rival de Sousa Vieira.

Segundo Corival, estão confir­madas 70 comitivas que virão de Rondônia, Mato Grosso, Mato Gros­so do Sul, Tocantins, Pará, Goiás, Distrito Federal, Maranhão, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Ja­neiro, Espírito Santo, Paraná e Rio Grande do Sul.

O encontro acontece no Parque de Exposições Arthur da Costa Bar­ros até o próximo domingo, dia 28, e conta com uma programação de competições como a prova de mar­cha e o team roping, que de acordo com o presidente da associação são as atividades mais cobiçadas. Tam­bém está previsto um leilão de mua­res, “que será feito apenas por cria­tórios reconhecidos nacionalmente. Estão sendo preparados apenas os melhores animais dos plantéis. Nos­so leilão contará com animais de alto padrão”, garante Corival.

Ainda fazem parte da festa o des­file dos muares nas ruas de Iporá, a tradicional queima de alho e os sho­ws sertanejos.

A HISTÓRIA DOS MULADEIROS

De acordo com a Associação de Muladeiros do Oeste Goiano, an­tes da chegada dos caminhões e da ferrovia, por volta dos anos de 1935 e 1940, o Estado de Goiás es­tava isolado do restante do País. Nesse período, a atividade predo­minante era a agricultura voltada para a subsistência, a cultura do gado e de muares. O contato com a região sudeste era dificultado pela falta de rios navegáveis ou estra­das. Sendo assim, a alternativa ao transporte era por meio de carros de bois e muares.

Ainda conforme a Amog, os car­ros de bois transportavam cargas menores e percorriam distâncias mais próximas. Já os muares, con­duzidos pelos tropeiros, percorriam distâncias mais longas e carregavam cargas mais pesadas como ouro e o gado. Tropeiros eram aqueles que trabalhavam como comissários, eles andavam sempre armados e permaneciam longos períodos nas estradas em função do seu traba­lho. Já os muladeiros eram os pro­prietários de tropas e, de um modo geral, aqueles que se utilizavam dos muares como meio de transporte.

“O Encontro Nacional de Mula­deiros surgiu através da Comitiva de Amigos do Divino Pai Eterno de Iporá, que todos os anos faz a via­gem à Trindade, na festa do Divino. A Amog surgiu a partir desse grupo, que começou a fazer o convite a ou­tras comitivas para realizar um en­contro, que começou pequeno e to­mou as proporções atuais”, recorda o presidente da associação.

Por Maria do Planalto

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