Goiás
Idoso preso em operação contra pornografia infantil guardava imagens de crianças nuas há 28 anos, diz delegada
Policiais procuram por pornografia infantil durante segunda etapa da Operação Luz da Infância, em Goiânia (Foto: Polícia Civil/Divulgação)
O piloto aposentado de 74 anos preso por armazenar, compartilhar e produzir pornografia infantil em Goiânia guardava imagens de crianças e adolescentes nuas há 28 anos, informou a delegada Sabrina Leles. Segundo a Polícia Civil, durante a segunda etapa da Operação Luz na Infância foram encontradas centenas de materiais criminosos em 22 endereços do estado.
“Esse senhor foi o único preso até agora que produzia o material. Há imagens dele ao lado de adolescentes, ambos em situação de nudez”, relatou a delegada responsável pela investigação Sabrina Leles.
Segundo ela, quando o idoso foi preso, em um condomínio de luxo no Setor Aeroporto, alguns moradores aplaudiram. Conforme a delegada, já houveram denúncias contra ele, mas não havia ainda situação que viabilizasse a prisão dele, até esta quinta-feira (17).
As imagens apreendidas foram encaminhadas para as equipes de de perícia e serão analisadas. As vítimas ainda não foram identificadas e, conforme a delegada, muitos dos arquivos armazenados e compartilhados são de diferentes partes do mundo.
Os mandados de busca e apreensão aconteceram em Goiânia e mais oito cidades do interior – Valparaíso, Senador Canedo, Anápolis, Luziânia, Pontalina, Iporá, Rio Verde e Jataí. A operação ocorreu também no Distrito Federal e em mais 23 estados. Em todo o país, foram 197 prisões até as 15h.
Entre os presos em Goiânia, além do idoso, há um professor de 42 anos; um agente socioeducativo da Secretaria da Criança do DF; um piloto e estudante de engenharia aeronáutica de 21 anos; e um atendente de call center, de 32. Além deles, um homem de 30 anos foi preso no escritório da empresa em que trabalhava.
“Ele armazenava imagens no computador da empresa de materiais de construção em que trabalhava”, explicou a delegada.
Maior operação do país
Essa é a segunda fase da ação realizada em outubro de 2017 e é considerada a maior ação de combate a crimes de exploração sexual contra crianças e adolescentes, segundo o Ministério Extraordinário da Segurança Pública, que coordena os trabalhos. A investigação durou quatro meses.
As equipes procuram arquivos com conteúdos relacionados à pornografia infantil. Os alvos foram identificados pela Diretoria de Inteligência da Secretaria Nacional de Segurança Pública, com base em elementos informativos coletados em ambientes virtuais, que apresentavam indícios suficientes de autoria.
De acordo com a Polícia Civil, o nome da operação foi escolhido em referência à ação metafórica de jogar luz sobre a infância. “Os acusados deste tipo de delito agem às sombras da internet e devem ter suas condutas elucidadas e julgadas.”