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Saúde

Idosa morre depois de aguardar 15 dias por um leito de UTI em São Luís de Montes Belos

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Na manhã deste sábado, 17, esta equipe de reportagem foi procurada por familiares da aposentada, Deusdetina dos Santos Lopes, de 74 anos, para denunciarem a indignação deles relacionada à saúde pública. A idosa, que ainda estava com vida, estava internada no Hospital Municipal Dr. Geraldo Landó, desde o dia 06 de agosto. Desde então ela aguardava uma vaga em um leito de UTI. Ela faleceu no final da madrugada deste domingo (18).
 
Dona Deusdetina estava com pneumonia, infecção no pulmão e enfisema pulmonar. Desde o dia que se internou ela ficou entubada e não conseguia mais respirar sem a ajuda de um aparelho de oxigênio. Não conseguia se levantar e ficava o tempo todo deitada no leito hospitalar. Segundo Maria do Carmo, uma das filhas da idosa, a mãe chegou ao hospital delirando e desde então passou a necessitar da UTI.
 
Como a família já estava esperando há algum tempo, ontem, dia 16, entrou em contato com o SAMU de Iporá pra verificar a situação e o motivo pelo qual até aquele dia não conseguiram a vaga na UTI. A notícia era a de que o nome da Sra. Deusdetina não havia sido cadastrado no sistema.
 
Revoltados, os familiares querem saber: De quem é o erro? Do Hospital, que não passou os dados para o SAMU? Ou da equipe do SAMU, que não cadastrou ela no sistema? “Como iriam conseguir a vaga sem que ela seja solicitada? Fica a pior pergunta: Será que teremos que esperar o pior?”, indagou a filha, que hoje chora a morte da mãe.
 
Valdivino Alves, genro de D. Deusdetina, ligou para o Assessor de Comunicação da Prefeitura, Selson Ricardo, que entrou em contato com a Secretária de Saúde, Evanildes Gomides. Ela estava em Goiânia e disse que estava se empenhando para conseguir a vaga para a idosa.
 
Esta reportagem tentou falar com Evanildes Gomides, mas não conseguiu. O vereador Edivaldo do Jornal também foi procurado por alguns familiares da idosa e ele também entrou no caso. “Sei exatamente a angústia e o sofrimento que esta família está passando, pois também passei pela mesma situação”, frisa o vereador.
 
“Fiz o que pude para ajudar, mas infelizmente fiquei impotente e me sinto derrotado por esta situação vergonhosa que passa a nossa saúde pública. Fiz de tudo para fazer com que esse caso chegasse ao conhecimento da prefeita, Mércia Tatico, por achar que ela poderia sim fazer para evitar a morte desta senhora. Acreditei que sendo a prefeita aliada e amiga do governador, um simples telefonema dela para ele ou para o secretário estadual de saúde, a vaga de UTI poderia aparecer, mas infelizmente pelo jeito os meus recados não chegaram até ela. E ela estava na cidade”, disse Edivaldo do Jornal.
 
“Tentei, por várias vezes falar com a prefeita, mas não consegui. Além da impotência diante da situação, o sentimento que fica é o de revolta, pois até quando vamos ter que passar por isso? Ver os nossos entes morrendo à míngua, na nossa frente sem podermos fazer nada…”, desabafa o vereador.
 
O caso de Dona Deusdetina é apenas mais um nas estatísticas. Dezenas de outras pessoas passaram pela mesma situação, enquanto isso as autoridades ficam inertes. Na administração passada foram prometidos 10 leitos de UTI para o Hospital Municipal, sendo que um vereador chegou a ir no rádio e marcou até a data de entrega dos leitos.
 
A informação vinda de pessoas ligadas à atual administração é a de que esses leitos de UTI já estão sendo construídos no Hospital Municipal, com o apoio do Governo Estadual. De acordo com o genro de Dona Deusdetina, o corpo dela foi velado e sepultado na cidade de Aurilândia.

Por: Luciana Alves Mendes

 

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