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Goiás

Governo cancela provas para agente da Polícia Civil e mais dois concursos

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Um dia após cancelar quatro concursos das polícias Civil e Militar de Goiás, o governo estadual decidiu suspender também a prova escrita para agente de polícia 3ª classe, que estava marcada para o próximo domingo (3). Também foram anulados os exames para o cargo de pesquisador do Instituto Mauro Borges (IMB) e o processo seletivo para professores e servidores da Secretaria de Ciência e Tecnologia (Sectec).

A decisão foi comunicada no fim da tarde desta terça-feira (26), por meio de nota, pela Secretaria de Gestão e Planejamento (Segplan), após reunião entre o secretário Giuseppe Vecci e Haroldo Reimer, reitor da Universidade Estadual de Goiás (UEG), organizadora dos certames.

Após denúncias de fraude, na segunda-feira (25), o governo já havia cancelado os concursos para os cargos de escrivão e de delegado substituto da Polícia Civil de Goiás e para os cargos de soldado e oficiais da saúde e cadete da Polícia Militar, atingindo 76.694 candidatos inscritos.

No entanto, a Segplan ainda não tinha definido sobre o cancelamento da prova para agente de polícia 3ª classe. No começo da tarde, a UEG chegou a divulgar comunicado oficial confirmando a realização do exame, que teve 22.647 candidatos inscritos para 344 vagas.

A Universidade Estadual de Goiás prometeu divulgar, durante entrevista coletiva na quarta-feira (26), as providências que serão tomadas e a data para publicação do novo cronograma dos certames.

Sequência repetida
Os gabaritos das provas objetivas canceladas dos concursos para as polícias Civil e Militar em Goiás tinham apenas duas sequências de letras, que se repetiam até completar as 100 questões. A denúncia foi feita por candidatos ao Ministério Público de Goiás e nas redes sociais, logo após a divulgação do resultado preliminar pela UEG, na segunda-feira.

Segundo os candidatos, ao analisar concursos anteriores da área de Segurança Pública, foi constatado o mesmo problema. Em entrevista ao G1, a diretora do Núcleo de Seleção da Universidade Estadual de Goiás, Eliana Nogueira, concordou que há no gabarito um padrão que precisa ser apurado: “É uma sequência muito evidente”.
Nesta terça-feira, a Secretaria de Ciência e Tecnologia pediu à Segplan a anulação do processo seletivo para a contratação de professores e apoios administrativos temporários para os Centros de Educação Profissional (CEPs). O motivo foi o indício de irregularidade nas provas objetivas semelhante ao encontrado nos exames cancelados dos concursos das polícias Civil e Militar.

Redes sociais
A denúncia de fraude envolvendo os exames começou quando candidatos ao cargo de delegado fizeram uma campanha na internet reclamando da sequência numérica e de letras, que se repetia. “Fraude delegado PCGO! Para passar bastava decorar duas sequências de letras”, era o que trazia um dos posts nas redes sociais ).

A prova A de delegado, por exemplo, tinha uma sequência de letras nas questões de 1 a 10 e outra na de 11 a 20. Depois, a mesma ordem se repetia, até completar as 100 questões objetivas, num total de 5 repetições cada. As provas B, C e D apresentavam o mesmo esquema da prova A. “A prova do tipo A que teve no domingo retrasado para escrivão é do mesmo tipo do tipo B para delegado”, afirma uma das inscritas no processo seletivo.

O Ministério Público de Goiás também foi procurado pelos candidatos para formalizar a reclamação. O procedimento de investigação foi aberto pela promotoria ainda na segunda-feira e encaminhado para Anápolis, onde está a sede da UEG. Além disso, o promotor Fernando Krebs afirmou estranhar a seleção da unidade de ensino para elaborar o exame.

 “É uma das piores universidades do Brasil e, ainda assim, o estado está dispensando licitações para contratar a UEG”, comenta o promotor.

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