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Política

Frigorífico instalado há vinte anos em Iporá, gera polêmica

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O FRIPORÁ, localizado próximo a ETE (Estação de Tratamento de Esgoto), é uma lenda para os iporaenses. Há cerca de 20 anos em construção, o empreendimento ve o tempo passar, sofre com ação deste, e continua sem ser inaugurado. A expectativa é grande, pois vislumbra-se neste negócio, um meio para aquecer e impulsionar a economia de Iporá, bem como de melhorar a vida de vários iporaenses com a geração de empregos.

A história deste Frigorífico que foi construído para atuar no mercado de exportação de carne, sem sobra de duvida, é fruto de investimentos tanto de recursos próprios, quanto públicos. Em 1994, o município de Iporá, através de ato do então prefeito Mac Mahoen, doou o terreno de 4 alqueires e 73,44 litros, ao antigo Frigorífico Pereira Ltda, de propriedade do Sr. Augustinho Pereira, mediante condições impostas pelo Projeto de Lei nº 13/94 de 6 de Junho de 1994, que diz, “Tendo em vista que o município de Iporá tem grande necessidade de industrialização é do interesse do Frigorífico Pereita Ltda (FRIPER) sediado em Quirinópolis, GO., em se instalar uma de suas unidades no ramo de abate de frigorificação de bovinos e suínos, em nosso município, com industrialização de carnes e embutidos, gerando empregos diretos e indiretos, com previsão de faturamento de R$ 1.800.000,00 mensais, com capacidade inicial de abate de 300 vezes ao dia e possibilidade para viabilização de exportação a curto prazo para o mercado estrangeiro,gerando não só boa renda ao município , como tambem bom emprego ao nosso povo”.
Animados com a apresentação deste projeto, todos os prefeitos que sucederam o Dr. Mac, quais sejam, Dr. Iron, Valdion Marques e Coutinho, injetaram dinheiro publico em um empreendimento “particular”, mas que beneficiaria Iporá. Ainda no projeto de doação, demonstrava-se uma seria de fomentos do município ao negócio, tais como: ampliação e melhoramento da estrada de acesso entre a rodovia que liga Caiapônia ao local, realização de convênios na área de assistência veterinária, ligação da rede de energia elétrica com transformadores, dotação de água suficiente para o funcionamento de um poço artesiano, construção das lagoas de decantação, fornecimento de areia e confecção de broquetes para os calçamentos dos currais, fornecimento de levantamento topográfico e aritmético da área, conclusão dos serviços de terraplanagem, renunciamento da taxa de localização e funcionamento por um período de 5 anos e por último das taxas para aprovação de projetos e execução de obras.
Além disso, demais informações dão conta de doações de 500 sacos de cimento, transporte de peças do frigorífico trazidas de outros Estados, madeira, e demais. A administração púbica acredita que existem pelo menos 40% de investimento público no local.
O problema começou em 2005. O antigo dono do Friporá, Sr. Augustinho, era um dos maiores empresários no ramo em Goiás. Mas devido as dificuldades financeiras, interrompeu a construção e vendeu o imóvel a outros três irmãos que pagaram e tentam ativá-lo. Porém, não reconhecem os  recursos públicos investidos no empreendimento no passado, a julgar pela placa fixada em suas estruturas “EMPREENDIMENTO REALIZADO COM 100% DE RECURSOS PRÓPRIOS”.
Esta reportagem esteve no local juntamente com algumas autoridades políticas, e fomos impedidos de entrar na área. Nota-se, externamente, a deterioração do prédio. Há quem diga, inclusive, que os equipamentos dentro do estabelecimento são superados para os paramentos de mercado atual, questionando assim se de fato abrirá ou continuará alimentando em vão os sonhos iporaenses.
Entramos em contato com um dos proprietários, tendo o mesmo dito que em breve estarão abrindo as portas.

Desapropriação da terra

Outra dificuldade é a construção da estrada pavimentada que ligará o frigorífico à rodovia Iporá- Palestina, como uma das exigências da ANVISA. O novo proprietário tentou pleitear recursos junto ao município. Contudo, este alegou não ser possível. O Estado propôs a ação de desapropriação da terra.
Conforme informa no site Iporá News, um decreto do Governador Alcides Rodrigues datado do dia 02 de Junho de 2010, declara de utilidade pública, para fins de desapropriação uma faixa de terra dentro de um imóvel no município de Iporá, localizada entre a Estrada Vicinal e a Rodovia Iporá-Caiapônia (GO 221), que dará acesso tanto as instalações do Frigorífico Friporá, quanto da ETE.
A desaproprieação diz respeito a uma faixa de terras da Fazenda Tamanduá ou Pindaíba, com largura de 26 metros lineares, ocupando uma área de 30.105,68 m2 (trinta mil, cento e cinco vírgula sessenta e oito metros quadrados), de propriedade de Anna Souza Borges.
O advogado de Dona Ana, Dr. Marcelo, informou que o Estado repassou cerca de R$ 24.000,00 avaliados pelo próprio. Porem, foi ajuizada uma ação contra o Estado ,contestando o valor pago, por este não ser suficiente pelo tamanho da terra desapropriada e os gastos, “a liminar foi autorizada, mas a liberação do dinheiro pelo Estado não”, aponta o advogado. A estrada já está sendo construída e em estado avançado.

Expectativa frustrada

A carne consumida em Iporá, é trazida de cidades que situam-se há mais de 100 km da cidade, vindos de Santa Fé de Goiás, Barra do Garças, Rio Verde e outros, por falta de um frigorífico mais próximo, fato que encarece o preço final da mesma, pesando no bolso do consumidor. Alguns empreendimentos deste ramo chegaram a instalarem-se aqui, mas fecharam.
A euforia é grande, ainda mais porque uma das partes finais era a construção da estrada que agora avança no local. Uma última ressalva, é o Art. 4º da Lei de doação do terreno que corresponde a clausula de retrocessão, que afirma, “o imóvel será restituído ao Município no estado em que se encontrar, sem direito a qualquer indenização por obra já realizada, se no prazo de 720 dias a contar da escritura, o frigorífico de propriedade do Sr. Agostinho Pereira não estiver iniciado a sua operação, ou seja, se ainda não tiver concluído a obra e colocado em atividade”.
O poder legislativo está verificando a escritura e pretende intervir caso a Lei esteja desrespeitada. O fato é que muita polemica ainda vai acontecer.

 

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