Cultura
Festa de Maio: A tradição iporaense
Há cerca de 70 anos, antes mesmo da emancipação da cidade de Iporá em 1948, a confraternização em homenagem a Nossa Senhora Auxiliadora ou Festa de Maio foi criada com o propósito de demonstrar a devoção de seus fieis aliada a alegria e diversão para com a padroeira da cidade, na época o Pe. José Besseman ou Pe. José Barbudo foi o grande idealizador. Ao longo do tempo a festa transformou-se e reconfigurou-se se tornando uma manifestação popular que agrega toda a sociedade e constituindo-se como uma marca para os iporaenses.
Com duplo caráter simbólico unindo o sagrado ao profano (comércio e entretenimento exacerbado) a festa gera hoje conseqüências econômicas débeis para o varejo local, havendo exceções daqueles comerciantes locais que participam e lucram com a festa e em contrapartida também com o benefício da população pela compra de produtos mais acessíveis.
A festa de maio por isso e mais algumas questões que serão melhores explanadas aqui provoca muitas polemicas a cerca da usurpação de seus objetivos, sua permanência e recentemente sua possível consagração como um evento reconhecido por lei a exemplo da Festa do Divino Pai eterno em Trindade.
Em 2001 dirigentes da CDL (Câmara dos Dirigentes Lojistas) associados ao prefeito Iron Alves Guimarães e posteriormente demais segmentos religiosos e associações, deliberaram sobre o tema e lançaram varias propostas, com o intuito de tentar coibir ou mesmo amenizar os prejuízos dos comerciantes, tais como a mudança de sua data e o local de procedência; no entanto ambas as sugestões demonstraram-se inviáveis devido ao espaço, danos ambientais e ainda a possível descaracterização da festa as quais são outros fatores que levaram o insucesso e a ineficácia das propostas. Tais questões levantadas estão sujeitas ao jugo de varias esferas da sociedade, por esta constituir-se uma identidade cultural local.
Outro ponto passível de discussão é o fato que a festa nas atuais conjucturas aborda muito mais o caráter profano que o original religioso, pois haja vista que as romarias não mais possuem alguma ação dentro do evento como antigamente. Com o encerramento da única barraca que arrecadava fundos para a igreja Católica devido a falta de mão de obra e por motivos de concordância entre o movimento do Cursilho em Iporá a Decolores foi assim retirada da festa tornando-se desse modo mais notável ainda que a força de compra e venda rege sobre o reverenciamento cristão por meio da difusão do capitalismo com seu consumismo.
Somando-se a todos esses transtornos, ocorre uma intensificação dos números de furtos, arroubamentos, consumo de drogas, poluição, consumo maior de bebidas as quais acarretam agressões e acidentes de transito mesmo com a Lei Seca em vigor, e alem disso os abusos em menores e a proliferação de doenças diversas são demais agravantes.
Para controlar tais dificuldades existe uma mobilização das secretarias de saúde, juntamente com o departamento de policia civil e militar, o conselho tutelar e fiscais que com a mesma temática da festa montam suas barracas e permanecem circulando no sentindo de assegurar a ordem,informar,prevenir,orientar e sensibilizar há uma boa conduta. Segundo informações do Agente Messias os casos esse ano são poucos em relação os anos interiores devido a esse trabalho desenvolvido.
De acordo com os dados do fiscal da prefeitura de Iporá, Sr. Urbano esse ano de 2010 conta uma quantidade menor de barracas sendo aproximadamente 900 barracas com a maioria vinda de turistas e apenas uma pequena parte dos habitantes locais.A prefeitura é responsável pelo aluguel das barracas e por administrar a estádia e consumo dos mesmos aqui,tendo portanto despesas e lucros com a festa as quais não são divulgados para a imprensa local.
Mas acima de todas as diversidades e pluralidades de opiniões a Festa de Maio é um espaço de lazer, diversão e uma oportunidade de reunir familiares, amigos, conhecer pessoas e manter viva a chama da nossa tradição.
Referências Bibliográficas
Alves,E.S. & Dias, V.R.A.Festa de Maio em Iporá-2002:Análise dos Aspectos Econômicos e Sociais.Ano 2002.
Avelar,C.S & Damacena, J.C. F.Festa de Maio de Iporá:Sagrado e Profano.Ano 2005.
Prefeitura de Iporá.Fiscalização.Sr. Urbano.
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