Encontro de Geografia resgata a identidade cultural em Iporá

Bastaram apenas de quatro dias de programação do XII Encontro de Geografia da UEG, para que as bases culturais de Iporá e região acordassem. O mega evento reuniu artistas locais, poder público e toda a comunidade para repensar a cultura no município, e discutir ações para resgatá-la, valorizando-a no cenário social.
“Está sendo um encontro onde o curso de Geografia pode realmente mostrar a sua cara, o seu jeito globalizado de ser. As diferentes esferas sociais fizeram-se presentes e envolvidas entre si,” relata a diretora pedagógica Marilda Lima.
Com ativa participação de foliões, artesãos, representantes populares, culturais, escolas, instituições de ensino superior, associações e cooperativas de um modo geral, o encontro durante todos os dias trouxe um pouco da história com a exposição: ”Memórias e identidade: objetos e imagens da Cultura regional” e ainda debates abordando toda a identidade cultural de políticas públicas para a valorização da cultura regional, tema este proposto como audiência pública, realizada nesta sexta-feira (17).
Além do enaltecimento aos saberes populares, foi apontado pelos próprios artistas, as dificuldades que encontram para demonstrar seus dons, ”hoje, se não for com recursos próprios, o artesão, por exemplo, não tem como sobresair. Não existe uma preocupação do poder executivo em contribuir com atividades neste sentido, e muito menos em oferecer uma continuidade dessas memórias, por isso, a maioria cai no esquecimento”, cita a coordenadora do encontro, Paula Junqueira.
Existem recursos financeiros para incentivo da cultura que podem ser adquiridos junto ao governo federal, estadual e em outras instituições. Porém, esses recursos não têm chegado aos municípios do oeste goiano, principalmente por falta de uma organização ou departamentos especializados na busca dos mesmos. Recentemente, 150 mil reais foram repassados a Iporá pela Lei de Diretrizes Orçamentárias para a construção de um Centro Cultural.
Diversas sugestões para bases que possam nortear a cultura no município, foram levantadas também no encontro, como a criação de uma Secretaria de Cultura, um Calendário oficial de Atividades Culturais, Tombamento de residências antigas da cidade, entre inúmeros outros que, diante o movimento integrado tornam-se imperativas.
Cultura é uma referência que se faz à interação entre pessoas de uma mesma sociedade,´podendo ser variável, de acordo com as transformações ocorridas no meio em que vivem. A valorização de uma identidade cultural com a democratização do acesso à cultura, é capaz de transformar cenários, revelar talentos, criar novas oportunidades de ação, e abrir novos espaços de multi-uso cultural. E o mais importante, é que tudo isso acontece de forma sustentável, com a efetiva participação popular que atua como protagonista no processo de promoção do desenvolvimento e da inclusão social
O fato, é que a reunião foi o ponta pé inicial para a elaboração de um documento a ser encaminhado ao poderes municipais visando a criação de projetos que tornem a identidade cultural palpável. A troca de saberes com base na experiência vivida e nas lembranças de um passado não muito distante, mas diferente dos dias atuais, marca a construção de conhecimentos que buscam resgatar os valores culturais e de cidadania, hoje perdidos pelo tempo.

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