Política
Diretores de regionais da Agência Prisional são exonerados

Através do Decreto Lei de 25 de fevereiro, passado, assinado pelo governador Marconi Perillo, os coordenadores regionais da Agência Prisional, das regionais de Iporá, Eder Coelho Tavares, e de Itaberaí, Luciano Rodrigues da Silva, foram exonerados de seus cargos. No mesmo Decreto outros 15 servidores comissionados, também da Secretaria de Segurança Pública e Justiça, perderam os seus cargos, entre eles Marly Conceição Quermes, que é de São Luís de Montes Belos.
Eder e Luciano tiveram uma gestão envolta de várias polêmicas como fuga de presos e denúncias diversas como: abuso de autoridade, entre outras. O Jornal A Voz do Povo, em agosto de 2009 publicou uma série dessas denúncias, as quais até hoje a sociedade não teve nenhuma resposta sobre o resultado das investigações. Na época, o superintendente da Susepe, Edilson de Brito, afirmou que o caso seria investigado e que a imprensa seria informada, mas até o momento nenhuma informação foi divulgada.
A ocasião, Eder Coelho também foi denunciado no Ministério Público, em São Luís, por um grupo de ex-agentes prisionais. De acordo com a denúncia, os agentes estariam sendo perseguidos pelo diretor no sentido força-los a pedirem demissão quando eram transferidos para cidades distantes, onde as despesas pagas por eles ficavam incompatíveis com os seus salários. “Como não tínhamos outra opção, erámos forçados a pedir demissão”, conta um deles.
Em Iporá, familiares de reeducandos fizeram várias acusações contra Eder Coelho. A dona de casa, Cristina Lisboa Soares, falou com a nossa reportagem e relatou em detalhes o inferno que o marido dela viveu, na época que cumpria pena no presídio de Iporá. Segundo ela, ela, o marido e um cunhado foram vítimas de extorsão e ameaças praticadas em sua maioria por Eder Coelho. A dona de casa afirma também que foi assediada sexualmente por várias vezes por Coelho e por um agente prisional.
Cristina também conta que deu a Eder Coelho a quantia de R$ 2.550,00 para que o marido ficasse em cela livre (fora da cela, mas dentro do presídio). Mesmo entregando o dinheiro, Cristina ainda perguntou ao diretor como ele iria liberar o marido dela sendo que só um juiz tem esse poder? Segundo a dona de casa, Eder teria dado a ela uma surpreendente resposta: “Quem manda aqui, sou eu. Seu eu estou falando que faço, é porque faço”.
“Ele não cumpriu a promessa, não me devolveu o dinheiro e nem o cheque. O cheque foi pago pelo tio do meu marido a um subordinado do Eder”, afirma a dona de casa. Além disso, Cristina também relata que o marido foi alvo de castigos realizados em Goiânia, por coisas que não devia. Ela conta que até documentos foram forjados por Eder e o agente Sergio Gonçalves Passos para prejudicar o marido.
Outro caso chamou a atenção. Um casal, que não foi identificado a pedido, relatou uma história de horror vivida pelo filho que também cumpre pena em Iporá. Segundo a mãe, em certo dia o filho reclamava de dores na boca e foi levado ao dentista. Que o odontólogo teria dito que seria necessário extrair 7 dentes e que seria preciso várias sessões. De acordo com ela, o agente que fazia a escolta não concordou e mandou extrair os 7 dentes de uma só vez.
“Meu filho passou mal por vários dias com febre, dor de cabeça… “, conta a mãe, em lágrimas. O casal também relata que o filho também foi levado para Goiânia e castigado num local chamado de “Núcleo de Custódia”. “Para piorar a situação, eles me diziam que o meu filho voltaria de Goiânia dentro de um caixão, morto. Ai eu disse a eles que o meu Deus é muito maior e que eles estavam enganados. Meu filho voltou vivo, para a honra e glória de meu Deus”, disse ela.
Estas são apenas partes das denúncias divulgadas naquela época. Em São Luís, apesar de se envolver numa polêmica de suposto abuso de poder, praticado por alguns agentes prisionais, durante a prisão de uma mulher com um bebê de 7 meses nos braços, o diretor do presídio naquela ocasião, Luciano Rodrigues da Silva, foi promovido para dirigir a Regional de Itaberaí. O desfecho do caso até hoje também não foi divulgado.
O comentário entre os ex-agentes prisionais era que Eder Coelho e Luciano Rodrigues eram protegidos do superintendente Edilson de Brito. Verdade ou não, o que vale ressaltar é que até hoje a sociedade ainda não teve uma resposta definitiva sobre as mencionadas denúncias. Hoje Eder e Luciano estão fora das Regionais. No entanto, Edilson de Brito continua no alto escalão da Susepe. (por: Edvaldo Oliveira)

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