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Artigos e opinião

Dignidade dos seres humanos

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Segundo estabelece o Código Civil Brasileiro no art. 1º – “A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado democrático de direitos e tem como fundamentos”:
I – A Soberania;
II – A Cidadania;
III – A Dignidade da pessoa humana;
IV – Os Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V – O Pluralismo político.

     Ao verificarmos estas considerações estabelecidas por essa normativa do referido Código, chama-nos a atenção todo o texto escrito e que de forma exemplar, mostra que a todos os homens lhes é permitido à liberdade de ações e de direitos, bem como de deveres a serem cumpridos conforme escrito. Vivemos em um país livre onde as pessoas tem realmente o direito de “ir e vir” sem problema algum (salvo exceções em que estas estão envolvidas em crimes sejam estes quais forem), de todo o modo o ser humano dentro desta liberdade, ocupa-se em promover para si, melhores condições de vida, conquistando o “pão nosso de cada dia” de maneira ordeira, séria, responsável da melhor forma possível.

    Depois, a própria carta magna da nação, qual seja a Constituição da República Federativa do Brasil em seu capítulo I, naquilo que diz respeito aos direitos e garantias fundamentais aos indivíduos em geral, diz no artigo 5º no item VI que: “é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e suas liturgias”. Posteriormente segue as demais recomendações de leis que obviamente estão contidas na Constituição Federal.

    Mas diante destes pressupostos informativos, fico a pensar em certos comportamentos existentes que muitas vezes fazem mau uso do direito que possuem de frequentar, acreditar ou mesmo participar das suas denominações religiosas e saem a denegrir as imagens culturais e religiosas de outras crenças que coexistem pacificamente nas cidades em geral, e que de certa forma, não condizem com os pensamentos religiosos desta ou daquela determinada pessoa, sofrendo assim, as agruras mentais, psicológicas e muitas vezes até física por falta de tolerância aos cultos de outros.

    É desta forma imprescindível que a liberdade de cultos seja plena a todas as pessoas, que as possibilidades de participarem das suas denominações religiosas sejam garantidas em pleno êxito, sem a interferência de outras pessoas que assim “imaginam” agir de forma correta, pois, aquilo que me é agradável, aquilo que me é prazeroso e bom, talvez não o seja a outra pessoa e este respeito precisa ser constante entre todos.

Acredito piamente na liberdade de expressão religiosa, acredito que existam pessoas com as suas culturas e crenças que muito lhes apraz e são muito felizes por isso, contudo, infelizmente isso ainda está um tanto longe de se tornar uma realidade entre todas as pessoas, não há motivos para expormos os pensamentos e atitudes de ninguém, o intuito deste é somente o de observar a plena liberdade de culto como ponto de formação de cada indivíduo, então, coloquemo-nos ao respeito às pessoas, aos cultos que acreditam e professam, sejam estes: católicos, evangélicos, muçulmanos, budistas, maometistas, espiritualistas, espíritas, os que se ligam ao cristianismo ou mesmo os que têm tendências a outros credos de pensamento religioso, de correntes filosóficas religiosas díspares do que comumente ocorre deste lado de cá do planeta, qual seja a filosofia e o pensamento religioso do cristianismo.
O bom mesmo, o que penso ser adequado é cuidarmos das nossas atitudes, cuidarmos do quanto desejamos melhorar e aperfeiçoar na nossa retomada por uma vida melhor, por um mundo melhor e expressarmos os mais sinceros e puros sentimentos de harmonia, de gratidão e de respeito à Suprema Verdade que, independentemente de criações religiosas, a meu ver, deseja tão somente a nossa purificação, a nossa entrega para uma vida plena de amor a tantos quantos nos rodeiam e àqueles que não convivem diretamente conosco, mas que merecem o nosso igual respeito e amor.

Pensemos nas atitudes que nos norteiam, queremos o bem dos nossos, desejamos mesmo que outros conheçam a fé que nos move, a nossa crença e o mundo que acreditamos ser melhor para todos, porém, quantas vezes nos dispomos a crer, ou mesmo a ouvir as palavras dos outros, as mensagens de outras denominações, a ouvirmos o que outras pessoas têm a nos oferecer, a nos informar, sabendo que, mesmo se não as aceitarmos, fizemos a nossa parte, em ouvir, em atender em ao menos colocar nossos ouvidos para aprender do outro o que este pode nos ensinar.

Não sou conhecedor de outras formas religiosas tão bem quanto ansiaria, contudo, muitas palavras de grandes homens me inspiraram a querer estudar e aprender mais: Lembro-me de que em certa ocasião, conhecendo um pouco a história do antecessor do Papa Bento XVI, Sua Santidade, o Papa João Paulo II, deu uma demonstração de grande apreço a todos os seres humanos quando um seu assessor lhe falou que já estavam reunidas as pessoas para a audiência que se realizaria daí a instantes e acrescentou… “O “resto” das pessoas não poderá participar, pois não cabem na sala”, ao qual o Santo Padre respondeu: “resto não meu irmão”, diga, as “demais” pessoas não participarão, mas eu vou ao encontro deles, e saiu dos muros do Vaticano e teve sua audiência realizada em praça pública.
Sinais de real amor e vontade de ser útil a todas as pessoas.

Renato Cardoso Castro
 Licenciado em História pela Universidade Estadual de Goiás
 Professor no Ceconj e na Escola Estadual Israel Amorim.

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