Política
Comércio de Pequi aumenta a renda do iporaense
Sem duvida, um das safras esperada com maior ansiedade pela população nos últimos meses do ano, é a do pequi. Não só pelo sabor, mas também pelo seu comércio. Muitos iporaenses aproveitam a ocasião para aumentar a renda que emana como mel do cerrado goiano. O Jornal O Goiás entrevistou comerciantes para conhecer e entender como funciona esse ramo.
O Pequi merece a nossa atenção, antes mesmo da segunda metade do ano, período em que o sertanejo já tem idécia se a safra será boa ou não. Como outras frutas do cerrado, entre elas o buriti, o pequi não tem uma produção constante ano após ano. Quando a árvore troca a folha verde-escura pela roupagem verde-clara no outono, é garantia de que a produção será boa. Entre outubro e novembro, a safra alcança o pico e é nesse momento que vendedores como o Sr. Abinário Paulo de Oliveira de 46 anos, há 4 já dedicado à eploração e a venda do produto, juntamente com a família.
Considerado como um dos maiores no ramo em Iporá, com vendas na porta de sua residência, o Sr. Abinário comenta que foi atraído pela grande procura das pessoas e que hoje entrega para pelo menos 7 cidades de Goiás, e até do Mato Grosso. “A procura é 24 horas, todos trabalhamos para dar conta do serviço”, diz ele.
O vendedor obtém o fruto através de intermediários que catam os pequis no município e cidades circunvizinhas. À medida que a safra vai acabando, a procura dá-se em outros Estados, como Minas Gerais. No começo da safra, a caixa estava cotada a R$ 25,00, sendo revendida por R$ 27,00. O litro era vendido por R$ 2,00, agora no período final paga-se até R$ 3,50. Além da atenção com o preço, o Pequi deve ser repassado e consumido rapidamente, por tratar-se de um fruto de pouca duração.
Este ano, de acordo com o Sr. Abinário, foi um ano bom. Contudo, várias espécies de animais, como a Arara, procuram o pequizeiro para alimentar-se gerando prejuízo aos catadores. A competição externa tambem é outro ponto importante ressaltado pelo comerciante.
Mesmo com os pontos negativos, a venda do Pequi garantiu a reforma da casa, do carro e outras pequenas benfeitorias, face ao lucro de aproximadamente R$ 10.000,00, conforme confessou o microempresário. “Trabalhar com o Pequi é ótimo, mas, se não souber, acaba tomando prejuízos. Realmente a renda aumenta e o ano que não produz Pequi, sofre bastante”, relatou.
Estima-se, que atualmente em Iporá, cerca de 200 pessoas trabalham diretamente ou indiretamente com o comércio do Pequi e de seus subprodutos, que é muito maior do que se imagina. Mas ainda não existem dados oficiais que quantifiquem esse volume. Prova do grande potencial comercial da fruta, é que existe há uma demanda não atendida de 70% no país, face a falta de disponibilidade da fruta ao longo do ano.
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