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Cidades

Audiência pública garante compromisso para uso de medicamento que diminui sequelas para vítimas de AVC

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A Secretaria Estadual de Saúde vai fornecer um medicamento capaz de diminuir as sequelas de vítimas de acidente vascular cerebral (AVC). Esta foi a principal definição ocorrida na audiência pública realizada no último dia 27/10 em Goiânia, marcando as atividades pelo Dia Mundial do Acidente Vascular Cerebral, celebrado em 29 de outubro. Coordenada pelo Centro de Apoio Operacional do Cidadão, a audiência teve a participação de representantes das Secretarias Municipal e Estadual de Saúde, do Instituto Mover, Ipasgo e Sociedade de Neurologia de Goiás.

De acordo com diretora do Instituto Mover, Rejane Duarte Espindola, o AVC é a primeira causa de incapacitação em adultos e umas das três principais causas de mortalidade no Brasil. No entanto, segundo a diretora, o tratamento das sequelas do acidente pode ser radicalmente mudados com o uso de um medicamento chamado alteplase. A substância, que é um trombolítico, possibilita dissolver o coágulo que obstrui a passagem do sangue para o cérebro.

Dessa forma, se administrado no intervalo de zero a quatro horas e meia do início dos sintomas, o medicamento aumenta em até três vezes as chances de uma recuperação completa, sem sequelas como incapacidade de fala, locomoção, distúrbios de memória e raciocínio. Contudo, apesar de haver benefícios, o remédio não está disponível na rede pública de saúde do Estado.
Deliberações
Com a mediação do coordenador do CAO Cidadão, Marcelo Celestino, os participantes da audiência expuseram as fragilidades do sistema de atendimento aos pacientes de AVC. Entre os direcionamentos, ficou definido que o Ministério Público vai solicitar à Sociedade de Neurologia de Goiás a apresentação de sugestões de melhoria do tratamento, e propostas para a realização de formação dos profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

As Secretarias Municipal e Estadual de Saúde vão providenciar a oferta do medicamento, além de aprimorar a estrutura de atendimento e a qualificação das equipes de profissionais da saúde. O Instituto Mover, por sua vez, auxiliará a Associação Goiana dos Municípios (AGM), o Ipasgo e os Conselhos Municipais de Saúde sobre a prevenção do acidente vascular. “A intenção do MP é garantir que não somente os pacientes da cidade de Goiânia tenham acesso a esta medicação, mas os interessados em todo o Estado, por isso serão necessárias parcerias”, esclareceu.

Segundo o presidente do Ipasgo, Geraldo Lemos, o instituto atende cerca de 10% da população do Estado; assim, a prevenção ao AVC torna-se de grande importância, já que o tratamento das sequelas é de alto custo e as internações tendem a ser prolongadas. Numa pesquisa realizada em 2009 pelo Ipasgo, os pacientes internados que mais oneraram o sistema foram os acometidos por diabetes e hipertensão, doenças relacionadas à ocorrência do AVC. Conforme ressaltou o promotor Marcelo Celestino, com a informação e prevenção de ocorrência do acidente vascular, as internações e, consequentemente, os gastos do serviço público de saúde serão reduzidos.

Reuniões técnicas
Também foi definido que o MP-GO vai coordenar reuniões de trabalho para definir as atribuições de cada órgão na introdução de informações preventivas sobre o AVC e de melhorias na rede de atendimento. Segundo reiterou a neurologista Edilene Guiotti de Gregorio, não se pode pensar que paciente neurológico é necessariamente sequelado. “O AVC é emergência clínica e deve ser tratado como tal”, afirmou.

Também participaram das discussões da audiência o presidente do Instituto Mover, Marco Túlio Pedatella; o diretor do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), Salustiano Neto, o presidente da Sociedade de Neurologia de Goiás, Paulo Sérgio de Faria, a coordenadora da Assistência Farmacêutica do Município, Lorena Bahia, e o coordenador-geral do Samu Goiânia, Ricardo Paes Sandre.
A data
O Dia Mundial do AVC, decretado pela Organização Mundial da Saúde e pela Federação Mundial de Neurologia em 2006, pretende alertar sobre a necessidade de uma mudança de hábitos que permita a prevenção desta doença. De acordo com material informativo elaborado pelo Instituto Mover, cinco sinais podem servir de alerta para fazer o reconhecimento de um AVC: fraqueza ou paralisia na face, no braço ou na perna, dificuldade para ficar de pé, andar ou sentar sozinho, dificuldade para falar e entender, alteração na visão ou dor de cabeça súbita intensa, sem causa aparente.

Fonte: http://www.mp.go.gov.br

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